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DATA DA PUBLICAÇÃO 11/05/2018 | Economia
Acusado de fraude, dono da Dolly, de Diadema, é preso
Acusado de fraude, dono da Dolly, de Diadema, é preso Golpes, praticados desde 1998 por meio de distribuidoras laranjas, chegam a R$ 4 bilhões. Foto: Claudinei Plaza/DGABC
Golpes, praticados desde 1998 por meio de distribuidoras laranjas, chegam a R$ 4 bilhões. Foto: Claudinei Plaza/DGABC
Investigação do Gedec (Grupo Especial de Delitos Econômicos) do MP-SP (Ministério Público de São Paulo) resultou na prisão do proprietário da fabricante de refrigerantes Dolly, Laerte Codonho, acusado de sonegação, lavagem de dinheiro e fraude fiscal, entre outros crimes. A estimativa é que o valor dos golpes, praticados desde 1998, chega a R$ 4 bilhões, montante que deixou de ser pago ao Estado e à União. Sediada em Diadema, a Dolly possui também centro de distribuição em São Bernardo.

Além do proprietário da Dolly, preso ontem em sua mansão em Cotia, Região Metropolitana de São Paulo, mais dois funcionários também foram detidos pelas mesmas acusações. São eles Julio Cesar Requena Mazzi, apontado como braço financeiro da empresa, e o ex-contador Rogério Raucci.

A operação também apreendeu três helicópteros, dois deles no centro de distribuição em São Bernardo e um em uma garagem em Diadema. “Dois estavam em um hangar irregular em São Bernardo e, o terceiro (de Diadema), sequer estava regular junto à Anac (Agência Nacional de Aviação Civil), e voava sem qualquer tipo de regularização mais consistente”, afirmou o promotor de Justiça do Gedec, Rodrigo Mansour Silveira, em coletiva realizada ontem.

No total, 13 automóveis, entre eles alguns de luxo, como uma Ferrari, foram confiscados. Na casa do empresário também foram apreendidos, em espécie, cerca de US$ 30 mil, 4.000 libras e 4.000 euros.

Conforme o promotor, a organização vem aplicando diversos golpes desde a década de 1990. Os valores que as três principais empresas do grupo Dolly devem ao Estado contabilizam mais de R$ 2 bilhões – R$ 1,3 bilhão da fábrica em Diadema, R$ 474 milhões da CBR em Tatuí e R$ 300 milhões em São Bernardo. O restante é devido à União. A empresa é alvo de condenação por sonegação à Previdência Social pelo Ministério Público Federal.

“Num primeiro momento, havia emissão de notas com valores menores, e vendas sem nota com escrituração irregular. Depois que o cerco foi fechando, o grupo, por meio de laranjas, constituiu distribuidoras que simulavam a compra de refrigerantes, o que também gerava créditos irregulares. Isso porque as distribuidoras produziam refrigerantes, mas diziam que compravam de outros distribuidores laranjas. E quem tem que recolher é quem produz”, explicou Silveira. “Isso avançou para três fábricas que remetiam ao centro de distribuição ou que emitiam notas de refrigerantes que nem eram produzidos nessas duas fábricas, mas que vinham de Diadema, fábrica principal.”

Questionada sobre o assunto, a Dolly afirmou que a prisão é injusta. “Laerte Codonho sempre colaborou com as autoridades, e tem certeza de que provará sua inocência. A defesa recorrerá da decisão e confia na Justiça”, informou em nota. O TJ-SP (Tribunal de Justiça de São Paulo) afirmou que por conta de o processo tramitar em segredo de Justiça, não há como fornecer mais informações.

Ao ser levado para delegacia, empresário culpou a Coca-Cola pela sua prisão

Após ser levado para o 77º DP (Santa Cecília), Laerte Codonho, dono da Dolly, apresentou uma placa com os dizeres ‘preso pela Coca-Cola’. A Coca-Cola Brasil afirmou que não comenta processos judiciais em que não esteja envolvida. Questionado, o MP-SP (Ministério Público de São Paulo) confirmou que somente a Dolly é investigada.

A prisão temporária do proprietário da marca vale por cinco dias, e é prorrogável por mais cinco. O promotor de Justiça Rodrigo Mansour Silveira afirmou que a motivação principal para as três prisões foi uma possível obstrução de provas em ação anterior. “Anteriormente, foram detectadas notas e demais papéis picados. Além disso, também houve o intuito de evitar a dilapidação patrimonial da empresa.”

Em maio de 2017, foi deflagrada pela Secretaria da Fazenda do Estado de São Paulo a Operação Clone, que já apurava fraude da Dolly de R$ 2 bilhões de valores que deixaram de ser pagos em ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços).

Por Yara Ferraz - Diário do Grande ABC
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