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DATA DA PUBLICAÇÃO 05/12/2014 | Setecidades
Acessibilidade nos trens ainda não é realidade no ABCD
Acessibilidade nos trens ainda não é realidade no ABCD Pela falta de acessibilidade nas estações de trens, a estudante Larissa, que tem mobilidade reduzida devido à paralisia cerebral, não consegue andar de trem sozinha. Foto: Rodrigo Pinto
Pela falta de acessibilidade nas estações de trens, a estudante Larissa, que tem mobilidade reduzida devido à paralisia cerebral, não consegue andar de trem sozinha. Foto: Rodrigo Pinto
Previsão da CPTM é de que editais para obras sejam publicados no início de 2015

As estações de trem do ABCD não estão prontas para receber passageiros que tenham dificuldade de locomoção. As obras de readequação da estrutura da Linha 10 – Turquesa para promover acessibilidade ainda não saíram do papel. Em São Caetano, as intervenções estavam previstas para começar no início deste ano, porém, conforme informou a CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos), o prazo mudou e o edital será publicado somente no primeiro semestre de 2015, mesmo período previsto para Mauá. A companhia não esclareceu o motivo da alteração.

No caso de Santo André (estações Prefeito Celso Daniel e Capuava), a situação está um pouco mais enrolada. Uma empresa deve fazer os projetos básicos e executivos em maio de 2015, portanto ainda não há prazos para que as obras sejam iniciadas. Já as demais estações no município serão financiadas com recursos do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) Mobilidade, do governo federal. A companhia informou que aguarda transferência da verba para as intervenções.

A lei da acessibilidade (nº 10.098) assegura que locais públicos ou privados de uso comunitário devem atender às normas estabelecidas pela ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas). Um dos princípios é que haja caminho acessível entre os modos de transporte e em áreas essenciais das estações.

Dentre os equipamentos que garantem a circulação estão a escada rolante, rampas de acesso e esteiras, que estão incluídas nas obras de modernização das estações, assim como elevadores, corrimãos e comunicação em braile.

Obstáculos - O desempregado Aparecido Liberato, 45 anos, é deficiente visual e apontou a carência de sinalização adequada em braile nas estações que utiliza. “Outra dificuldade é que, para fazer a transferência de plataforma na estação Utinga ou Prefeito Saladino (Santo André), tem de sair da estação e andar muito ou subir escada sem saber direito o caminho certo”, disse.

Quem embarca ou desembarca na estação Prefeito Celso Daniel, em Santo André, tem acesso às plataformas através de uma passarela externa, com saída para cadeirantes por uma rampa. O caminho é feito com o acompanhamento de um funcionário da CPTM, que recebe treinamento operacional. O cadeirante não tem acesso pela frente da estação, por conta dos degraus.

Em São Caetano, a estação possui rampa nas duas entradas, porém a transferência de plataforma é possível apenas pela escadaria interna. Diferente de Mauá, em que apenas escadas dão acesso ao embarque em direção ao Brás, como também no sentido Rio Grande da Serra. Já no município de Rio Grande da Serra, onde é a estação final, os passageiros com mobilidade reduzida contam com uma passagem plana para acessar os vagões.

Transporte particular muitas vezes é a solução
Diante da falta de acessibilidade das estações de trem do ABCD, o uso do carro acaba sendo a única opção para quem tem mobilidade reduzida se locomover de um ponto a outro com segurança.

É o caso da estudante Larissa Mariano Bertuolo, 19 anos, que mora em Santo André, trabalha em São Paulo e tem dificuldade de locomoção, devido à paralisia cerebral. “Já usei trem uma vez e não consegui fazer acesso à plataforma sozinha. Tinha muita gente querendo entrar e sair”, disse.

Quando não há opção, a jovem usa o ônibus como meio de transporte, mas quando precisa fazer algum trajeto de trem, precisa de uma carona da mãe. “Para meu tipo de dificuldade, prefiro que tenha elevador ou uma rampa não muito íngreme”, avaliou.

O mestre em transportes da FEI, Creso de Franco Peixoto, avalia a utilização do veículo particular por falta de viabilidade do setor público como uma forma de tolher a liberdade do portador de deficiência. “Sob o ponto de vista do usuário, a não oferta de acessibilidade nos trens gera descontinuidade do transporte de forma plena. Pouco ajuda haver calçada e ônibus adaptados se o trem é necessário para chegar ao destino final”, analisou. Para Peixoto, além da obrigatoriedade legal, as mudanças devem garantir segurança ao usuário.

Quem insiste em utilizar o trem, precisa estar pronto para enfrentar os transtornos. O cadeirante Roberto Maurício de Souza, 26 anos, já atrasou compromissos e perdeu consulta médica por problemas de acessibilidade. “Toda vez que vou pegar o trem é um sofrimento, tenho que passar pelo constrangimento de pedir ajuda e ainda tem gente que não sabe ajudar”.

Por Jessica Marques - ABCD Maior
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