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DATA DA PUBLICAÇÃO 02/03/2013 | Setecidades
Acampamento de sem teto-faz um ano em Santo André
Acampamento de sem teto-faz um ano em Santo André Alessandra Tatiane vive no local com a família desde o primeiro dia de ocupação. Foto: Amanda Perobelli.
Alessandra Tatiane vive no local com a família desde o primeiro dia de ocupação. Foto: Amanda Perobelli.
Acampamento de Sem-Teto faz um ano em Santo André
As 1.200 famílias que vivem no Jd. do Estádio trocam barracas de lona por barracos de madeirite


Há um ano, em 3 de março de 2012, cerca de 300 sem-teto ocupavam no escuro da madrugada uma área particular no Jardim do Estádio, em Santo André. Articuladas pelo MTST (Movimentos dos Trabalhadores Sem-Teto), aos poucos as famílias foram estruturando o acampamento, batizado de Novo Pinheirinho, e a ocupação rapidamente foi ganhando corpo e cara. Na primeira semana já eram 700 famílias na ocupação.

Hoje, o número de famílias chega a 1.200, de acordo com o cadastro que foi realizado pelo próprio movimento, e a ocupação se parece muito mais com uma comunidade do que com um acampamento.

As barracas de lona foram trocadas por pequenos barracos de madeirite, que proporcionam um mínimo de conforto às famílias, e as cozinhas comunitárias já não são mais utilizadas. Agora, cada morador tem a própria cozinha, e alguns poucos que não têm fogão e geladeira almoçam e jantam na casa dos vizinhos. Essa estrutura, necessária na medida em que a ocupação se estendeu, só pôde ocorrer depois que o MTST conseguiu levar água e energia para o acampamento.

BANQUINHO E PAPO

Os amigos Zezito Fortunato da Silva, 58 anos, e José Santos Carvalho, 59, os dois sem poder trabalhar por problemas de saúde, vivem no Novo Pinheirinho há oito meses. Juntos, passam as tardes sentados em banquinhos de madeira na rua principal da ocupação. Ali, eles batem papo, veem o movimento, as mães passarem com os filhos pela manhã e pela tarde, e homens e mulheres voltando do trabalho no fim do dia.

“Como não trabalho, arrumo a casa enquanto a minha ‘nega’ (a esposa) está no trabalho. Faço tudo: lavo, passo, cozinho, varro. A vida não é boa, mas não é ruim. Agora temos uma casa aqui mesmo, e acreditamos que o movimento vai conseguir trazer os apartamentos para cá”, afirmou Zezito.

Os sem-teto contam que todas as semanas o movimento se reúne em assembleias gerais, e a coordenação informa as famílias de como estão as negociações com o poder público para trazer as moradias definitivas, objetivo principal da ocupação.

NECESSIDADE

As demais atividades em grupo, muito fortes no começo do acampamento, dão espaço para uma vida mais particular. Alessandra Tatiane de Moraes, 28 anos, vive no local com o marido e três filhos desde o primeiro dia de ocupação, e faz parte da coordenação do Novo Pinheirinho. Grávida, Alessandra conta que os barracos de madeirite, não permitidos no início, se tornaram uma necessidade para que as famílias continuassem na ocupação.

“Chovia muito e a água entrava, fazia calor e não conseguíamos ficar dentro da barraca. Hoje estamos no céu. Tem luz, água, cada um com seu canto. É como um bairro mesmo. Um vem pedir arroz, açúcar, bate papo em frente de casa, leva as crianças na escola. Não fosse assim, muita gente teria ido embora.”

CASAS

O proprietário da área abriu a possibilidade de vender o terreno para o movimento, que já tem linhas de crédito disponíveis pelo Minha Casa, Minha Vida Entidades para a edificação dos apartamentos.

A Prefeitura está intermediando essa negociação, e até que os estudos de viabilidade técnica e financeira fiquem prontos, a ação de reintegração não tem data para ser cumprida pela polícia.

Por Carol Scorce - ABCD Maior
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