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DATA DA PUBLICAÇÃO 31/05/2010 | Economia
ABCD tem mais de 85 mil com jornada de 40 horas
O acordo para a redução da jornada de trabalho na Basf, em São Bernardo, elevou o volume de profissionais que trabalham 40 ou menos horas por semana no ABCD. Entre as principais categorias da Região há mais de 85 mil trabalhadores que cumprem a jornada. De acordo com especialistas do ABCD, a aprovação da PEC (Proposta de Emenda à Constituição) do deputado federal Vicente Paulo da Silva, o Vicentinho (PT-SP), que reduz de 44 para 40 o limite de horas semanais trabalhadas, trará benefícios para trabalhadores e empresários do País.

A coordenadora do curso de ciências sociais da Universidade Metodista, Luci Praun, é uma das que defendem a iniciativa. “A jornada no Brasil é uma das mais altas do mundo e ainda temos muitas pessoas fora do mercado de trabalho. Isso deve possibilitar a abertura de novas vagas no mercado formal”, afirmou.

Para a socióloga, jornadas de trabalho maiores que 40 horas fazem os trabalhadores ficarem sobrecarregados. “Essa redução não representará grande impacto no bolso do setor empresarial”, indicou.

O principal efeito do esforço excessivo causado pelas elevadas jornadas de trabalho no País aparece na saúde dos próprios trabalhadores. O médico do trabalho do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, Theo de Oliveira, afirma que ao longo dos últimos 15 anos os casos de estresse aumentaram. “Suspeitamos que a redução da jornada foi compensada com o aumento das horas extras”. Oliveira se baseia na última redução de jornada de trabalho, em 1988, quando houve redução de 48 horas semanais para 44.

Por isso, Oliveira alerta que nem toda redução de jornada representa melhoria na saúde do trabalhador. “Não adianta diminuir a jornada se continuar com o mesmo volume de trabalho, senão os problemas de saúde serão piores do que os atuais”, afirmou.

Para evitar a situação, as empresas precisam contratar mais na medida em que reduzem a jornada de trabalho. É o que acontecerá na Basf, que aprovou na última segunda-feira (24/05) a proposta de acordo de redução de jornada de 42 horas semanais para 36 horas e 27 minutos. Com o acordo, a maioria dos cerca de 1.300 trabalhadores da produção de São Bernardo trabalharão seis dias e folgarão três, o que gerará mais 100 postos de trabalho diretos e indiretos, a curto prazo.

O professor de estudos de mercados, marketing e gerente de produtos da USCS (Universidade de São Caetano do Sul), Manuel Fernandes Silva Souza, afirma que as empresas que reduzirem a jornada não terão problemas com o volume de trabalho caso contratem mais pessoas. “Se uma empresa tem 200 empregados, ela vai produzir 800 horas a menos por semana. Isto significa que a empresa terá que contratar mais 20 pessoas, isto é, 10% a mais de postos de trabalho. O impacto econômico é proporcional ao tamanho da empresa”, explicou.

Realidade - Entre as categorias com mais trabalhadores fazendo jornadas de 40 ou menos horas semanais na Região estão os metalúrgicos (35 mil), os profissionais da saúde (14 mil), os contabilistas (7.256), bancários (7 mil), entre outros.

Redução na Basf apóia PEC da jornada

O presidente do Sindicato dos Químicos do ABC, Paulo Lage, comemorou a decisão da Basf, no bairro Demarchi, de reduzir a jornada de trabalho de 42 para 36 horas e 27 minutos. Para o sindicalista, a iniciativa beneficia a aprovação da PEC (Proposta de Emenda à Constituição) 231/95 que reduz a jornada de trabalho no País de 44 para 40 horas semanais e aumenta o adicional de hora extra de 50% do valor normal para 75%. A PEC tramita no Congresso há 15 anos.

“Essa redução mostra que é possível que outras empresas também assumam esse benefício. O discurso patronal de que a redução de jornada pode afetar a economia de forma negativa cai por terra e reforça que a economia está estável e o País está crescendo”, disse o dirigente sindical. Ainda não se sabe se a medida se estenderá para outras unidades da fábrica.

O objetivo do sindicato é lutar para que outras empresas também adotem a iniciativa.

“A jornada de 6 por 3 era para ser implantada em dezembro de 2008, mas aí sofremos com a crise. Agora a empresa aceitou porque pagava muita hora extra”, falou o mecânico da Basf e coordenador da comissão de fábrica, Moacir Pereira da Silva.

Por Deise Cavignato - ABCD Maior
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