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DATA DA PUBLICAÇÃO 03/01/2013 | Setecidades
ABCD tem 16 casos de violência doméstica todo dia
ABCD tem 16 casos de violência doméstica todo dia Maior parte das agressões domésticas ocorrem contras as mulheres. Foto: Luciano Vicinoni
Maior parte das agressões domésticas ocorrem contras as mulheres. Foto: Luciano Vicinoni
Contra o crescimento das ocorrências, medidas referenciais vêm sendo tomadas

O ABCD registra média superior a 16 denúncias de violência doméstica por dia, de acordo com dados do Censo de 2010, feito pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). A realidade fica mais estarrecedora tendo em vista que há um aumento anual de 4% nos números onde a mulher é quase sempre a vítima das agressões.

De acordo com o levantamento feito pelo professor e jurista Luiz Flavio Gomes, diretor-presidente do Instituto Avante Brasil, de 1980 até os dias de hoje, mais de 100 mil mulheres morreram vitimadas por essa prática de crime. Um aumento médio anual de 4,32% entre 1980-2010. Durante o período, os casos passaram de 1.353 mortes em 1980, para 4.465 óbitos femininos em 2010. Estima-se que até o final de 2012 os casos cheguem a 4.632 mil mortes.

No ABCD, os números também impressionam. A Região apresentou um total de 6.128 boletins de ocorrência de violência doméstica, para uma população total estimada em 2,5 milhões de habitantes (Censo 2010). Para se ter ideia, no ano de 2012 em São Bernardo, foram 638 casos de agressão atendidos pela rede pública de saúde. Em Santo André, o SUS atendeu 306 mulheres vitimas de violência. São casos epidêmicos motivados por diversos fatores.

“Não existe um padrão para o agressor. Ele está em todas as camadas sociais, raças, idades e credos. O que há em comum é a educação, vivência e a formação que forja o modelo patriarcal de ser homem como pessoa que deve ser o dominador, o disciplinador das mulheres das irmãs, filhas, esposas, mães”, explicou Dulce Xavier, gerente de Políticas para Mulheres e Questões de Gênero de São Bernardo.

Casas abrigo - No ABCD, duas Casas Abrigo se tornaram referências na luta contra essa violência. Com sede em Diadema, a Casa Beth Lobo iniciou suas atividades em 1991 e de lá para cá deu a possibilidade de milhares de mulheres recomeçarem suas vidas. Conta com um serviço chamado plantão social, onde cada mulher é encaminhada de acordo com o caso, além de atendimento psicológico, jurídico e até Casa Abrigo para risco de morte. Assistentes sociais, psicólogos, educadores e advogados estão a disposição para esses trabalhos.

Em Santo André, o Centro de apoio Vem Maria atende desde abril de 1998. Só em 2006, foram 1.671 casos. No ano anterior, 1.095 mulheres procuraram pelo Centro. “Esses serviços públicos municipais são importantíssimos para dar apoio e proteção para as mulheres e filhos das mulheres agredidas. Nestes serviços, elas têm todos os encaminhamentos necessários, uma estrutura de atendimento trabalhando em conjunto com delegacias, abrigos, defensoria, saúde, entre outros elos do que chamamos de rede de enfrentamento à violência. São referência no atendimento e na realização de ações educativas e preventivas”, revelou Dulce.

Mudança de mentalidade - Para reduzir os números da violência doméstica, são vitais os investimentos na estruturação de serviços, treinamento visando a reeducação da sociedade, de profissionais e autoridades, de técnicos de Recursos Humanos buscando a melhoria do atendimento nas delegacias das mulheres, além outras mudanças no campo legal e jurídico. Dulce Xavier, também aponta como bastante relevantes na luta contra a violência as ações de organizações sociais, em especial os movimentos de mulheres, organizações governamentais, além da aprovação de uma lei específica, que seria um Plano Nacional com orçamento para ações de estruturação.

Em 2012, foi aprovada um CPMI (Comissão Parlamentar Mista de Inquérito) para apurar as dificuldades e limites nas políticas de enfrentamento à violência no Brasil. No Estado de São Paulo foram apontadas dificuldades nas delegacias, falta de Juizados de Violência Contra Mulher, lentidão na expedição de medidas protetivas, entre outras coisas.

Por Marcelo Mendez - ABCD Maior
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