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Santo André recebe mapeamento das áreas de risco
DATA DA PUBLICAÇÃO 24/04/2013 | Setecidades
ABCD planeja ter 100% de esgoto tratado em cinco anos
ABCD planeja ter 100% de esgoto tratado em cinco anos Esgoto é jogado no córrego: falta de saneamento na rua Rio de Janeiro, em Diadema, causa inundações em época de chuvas. Foto: Adonis Guerra
Esgoto é jogado no córrego: falta de saneamento na rua Rio de Janeiro, em Diadema, causa inundações em época de chuvas. Foto: Adonis Guerra
Apesar disso, especialista ressalta que a universalização real do serviço ainda depende de obras em áreas irregulares

Os córregos, rios e a represa Billings só deixarão de receber esgoto do ABCD em 2018. Essa é a meta das autarquias (empresas públicas de água e esgoto) para tratar 100% do esgoto coletado nos sete municípios da Região. Até lá, as empresas e concessionárias de saneamento investirão mais de R$ 5,2 bilhões em obras para garantir a infraestrutura e as tecnologias necessárias para atender a demanda.

Na Região, Serviço Municipal de Saneamento Ambiental de Santo André e a Foz do Brasil, concessionária de saneamento de Mauá, possuem prazos mais ousados e querem atingir a meta de tratamento já em 2015. Para tanto, investem em implantação de redes coletoras de esgoto, linhas de recalque, estações elevatórias, canalização de córregos e, no caso de Mauá, na construção de uma Estação de Tratamento de Esgoto própria, em Capuava. O Semasa investe R$ 102 milhões e a Foz do Brasil, R$ 167,6 milhões.

Em Diadema, a Saned (Companhia de Saneamento de Diadema) aguarda a conclusão dos coletores-troncos Curral Grande, Canhema e Monteiros e a construção do coletor Couros, cujo projeto executivo foi aprovado pelo PAC 2 (Programa de Aceleração do Crescimento), para atingir os 100% de esgoto tratado até 2018. A autarquia não revelou os valores dos investimentos.

Somando o projeto Tietê (desvio do esgoto despejado em rios e córregos para os coletores- troncos) e o Pró-Billings (Programa Integrado de Melhoria Ambiental na Área de Mananciais da Represa Billings), a Sabesp investe R$ 5 bilhões para atingir, até 2018, a meta de tratar 100% do esgoto coletado de São Bernardo, Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra.

Desafios - Para o presidente executivo do Instituto Trata Brasil, Édison Carlos, o ABCD tem grandes desafios antes de conseguir atingir a universalização do tratamento de esgoto. Entre as barreiras está a burocracia de licenciar obras em áreas de mananciais. “Apesar do menor volume, Ribeirão e Rio Grande estão integralmente em áreas de manancial, o que torna mais complicado levar as redes de esgoto”, observou.

Além da burocracia, Édison Carlos lembrou ainda das áreas irregulares, nas quais as autarquias não podem entrar sem intervenções das prefeituras. “Mesmo que o ABCD consiga, até 2018, a universalização do serviço nas áreas regulares, a represa não deixará de receber dejetos dos núcleos e favelas. Será preciso muito esforço, articulação política e técnica para superar isso”, ressaltou. Um dos poucos projetos que seguem nesse sentido é o Pró-Billings, em São Bernardo, uma parceria entre Prefeitura e Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo) para a regularização fundiária e recuperação ambiental da região do Alvarenga.

Maior desafio é tratar o que é coletado

Atualmente, o índice de esgoto coletado no ABCD não é ruim. Santo André, Diadema e Mauá coletam mais de 90% do esgoto gerado, enquanto São Bernardo, Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra, cidades operadas pela Sabesp, coletam 88%, 75% e 51%, respectivamente. O problema é que a maior parte desse material vai parar no meio ambiente, porque não há redes intercessoras e coletores-troncos para levarem o esgoto até a ETE (Estação de Tratamento de Esgoto) ABC, o que torna o tratamento dos dejetos o maior desafio.

A situação mais grave da Região está em Mauá, onde o tratamento de esgoto atinge apenas 5% do total de dejetos coletados na cidade. Com 13%, Diadema tem a segunda pior taxa, seguida por São Bernardo (29%), Santo André (40%), Ribeirão (70%) e Rio Grande (85%). São Caetano é a única cidade da Região a coletar e tratar 100% do esgoto.

Além do mau cheiro e dos ratos, a falta de saneamento na rua Rio de Janeiro, no Jardim Ruyce, em Diadema, causa inundações na época de chuvas. O esgoto volta pelos ralos e pelo córrego ao lado das casas. “A situação é péssima, traz imundície e doenças para dentro de casa”, observou o pedreiro Robson Pereira Santos, 45 anos.

Árvores - Cansado de esperar e de sofrer com o mau cheiro e sujeira do córrego em frente de casa, no Bairro Alvarenga, em São Bernardo, o metalúrgico Ozimar Calisto de Oliveira, 43 anos, decidiu plantar e cuidar das árvores no entorno do córrego. “Foi a maneira que encontrei de evitar que a população continuasse a jogar lixo no local. Sem falar que as plantas também diminuem o odor”, revelou.

Despoluir Billings depende da Capital

Apesar da expectativa das autarquias do ABCD de deixar de jogar esgoto em córregos e rios que deságuam na represa Billings, a recuperação do manancial responsável pelo abastecimento público de 1,8 milhão de pessoas em São Bernardo, Diadema e parte de Santo André depende da despoluição dos rios Pinheiros e Tietê. Em épocas de chuvas, as águas de ambos os rios são direcionadas para a Billings, em uma tentativa de evitar alagamentos na Capital.

Na segunda-feira passada (15/04), o governo do Estado anunciou um projeto para despoluir os rios Tietê e Pinheiros até 2020, em parceria com empresas privadas e Ongs. A decisão ocorreu após o governo verificar que os esforços dos últimos 20 anos do projeto Tietê apenas diminuíram a mancha de sujeira do rio (de 260 km para 160 km), sem melhorar a qualidade da água.

Sanegran - O prazo de 2020 e o projeto Tietê não são os primeiros prazos ou projetos de despoluição do rio. No final da década de 1960, foi iniciado o projeto Sanegran, que deveria tratar todos os dejetos produzidos pelos rios da Grande São Paulo até o ano de 2000. Quinze anos depois, o Sanegran não havia saído completamente do papel. O projeto então foi abandonado e substituído pelo Projeto Tietê.

Até agora foram investidos R$ 3,2 bilhões no Projeto Tietê, que atualmente está na terceira fase. Ao fim desta etapa, a expectativa é que o projeto subirá o índice de coleta de efluentes de 84% para 87% nas cidades atendidas pela Sabesp. Já o tratamento subirá de 70% para 84%. Ainda há previsão para uma quarta etapa.

Por Claudia Mayara - ABCD Maior
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