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DATA DA PUBLICAÇÃO 23/03/2016 | Setecidades
ABCD é uma das regiões do País onde policiais mais matam
ABCD é uma das regiões do País onde policiais mais matam De acordo com estudo de doutorado, no ranking estadual, Santo André está em 4º lugar; em janeiro deste ano, PM matou jogador de várzea ao confundi-lo com bandido. Foto: Andréa Iseki
De acordo com estudo de doutorado, no ranking estadual, Santo André está em 4º lugar; em janeiro deste ano, PM matou jogador de várzea ao confundi-lo com bandido. Foto: Andréa Iseki
Pesquisadora aponta que índices de mortes se comparam aos do período do governo Fleury

Pode parecer redundante, mas a cada ano a polícia de São Paulo está mais violenta. Dados preliminares de uma pesquisa sobre letalidade policial apontam que 17 cidades da Grande São Paulo respondem por 80% dos assassinatos cometidos por policiais. Nesta lista figuram quatro municípios do ABCD onde os policiais são responsáveis pelo crescimento no número de mortes: Santo André, São Bernardo, Diadema e Mauá.

O levantamento é feito por Samira Bueno, que cursa doutorado integrado entre Fundação Getúlio Vargas e Universidade de Cambridge, no Reino Unido, e é ex-executiva do Fórum Brasileiro de Segurança. As informações dizem respeito aos anos de 2013 e 2014 e foram conseguidas junto à SSP (Secretaria de Segurança Pública do Estado) por meio da Lei de Acesso à Informação. Os dados preliminares do estudo foram apresentados no início do mês em fórum realizado por Cambridge.

“São informações que constam nos boletins de ocorrência. Porém, muitas vezes a corregedoria altera a causa da morte para acrescentar nas estatísticas criminais”, afirmou a pesquisadora. Na listagem, Santo André é a quarta colocada do ranking estadual. Ou seja, a polícia cometeu 83 mortes registradas em 2013. No ano seguinte, subiu para 110. “Em Santo André, 28% do total de mortes violentas intencionais (uma soma das mortes em decorrência de intervenção policial, latrocínios e homicídios dolosos) são de autoria da polícia”, completou.

Os boletins de ocorrência obtidos pela especialista garantem ainda que, em cada cinco mortes nas 17 cidades, quatro foram cometidas por policiais militares ou civis. No período de amostragem, Diadema registrou 81 óbitos em 2013 e 84 em 2014. Em São Bernardo, os números são 95 e 97. Mauá foi a única cidade da Região que apresentou queda em mortes cometidas por policiais: de 69 para 58 no período.

ESTADO

Em relação ao Estado, Samira explica que ocorreu um crescimento de 80% de um ano para outro. Foram 479 em 2013 e 874 em 2014. “Mas o mais preocupante é a intensidade com que o fenômeno ocorre em alguns municípios da Região Metropolitana.” Para a especialista, a divulgação da SSP sobre o tema não é clara. “As mortes provocadas por policiais são divulgadas no Diário Oficial. Porém, é uma forma difícil e não explícita de divulgação”, considerou.

Na avaliação de Samira, os números são altos em um contexto onde os homicídios estão em queda, conforme vem divulgando a SSP. “Olhando para os números de mortos em ação policial no Estado de São Paulo na última década, a média é de 500, 550 pessoas mortas. (O ano de) 2014 registra quase 900 mortos. São Paulo registrava índices similares quando Fleury era governador e o recorde é de 1992, ano do Carandiru. Então é um número muito alto em um contexto no qual os homicídios estão em queda de 4% e os roubos com um crescimento em torno de 26%”, analisou a especialista, ao se referir ao ex-governador Luiz Antônio Fleury Filho.

CONSTATAÇÕES

Em nota, a Secretaria de Segurança Pública informou que “criminosos optam” por resistir à prisão e acabam baleados. “Os 17 municípios citados pela reportagem representam 49% de toda a população do Estado, que possui 645 municípios, e concentram 75% de todas as ocorrências de roubos entre 2013 e 2014. O investimento na inteligência das polícias e nos recursos materiais e humanos contribuiu para que os agentes cheguem cada vez mais rápido nos locais das ocorrências. Na tentativa de evitar as prisões em flagrante, os criminosos optam, muitas vezes, por resistir provocando a reação policial, ação legítima dos agentes no exercício de suas funções”, informou trecho do documento.

Por Renan Fonseca - ABCD Maior
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