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DATA DA PUBLICAÇÃO 12/03/2012 | Setecidades
ABCD descarta Goiás da restrição a caminhões
ABCD descarta Goiás da restrição a caminhões Caminhão passa por faixa que alerta sobre restrição na avenida Pereira Barreto, uma das vias da Região onde o tráfego será limitado. Foto: Amanda Perobelli
Caminhão passa por faixa que alerta sobre restrição na avenida Pereira Barreto, uma das vias da Região onde o tráfego será limitado. Foto: Amanda Perobelli
Trecho da avenida não fará parte de restrição a caminhões, que serão multados a partir de 8 de abril; Mauá e Ribeirão já haviam sido excluídas

O ABCD quer evitar o caos no abastecimento ocorrido esta semana em toda a Grande São Paulo e negocia restrição à circulação de caminhões nas vias locais junto com empresas de transportes, prefeituras, Consórcio Intermunicipal e sindicatos. Uma das alterações surgidas nas discussões entre as partes interessadas foi a liberação de um trecho da avenida Goiás, em São Caetano.

As prefeituras do ABCD estão reforçando a negociação para acertar os últimos detalhes da operação ‘Horário de Pico’, que inclui a restrição à circulação de caminhões em diversas vias da Região a partir de 8 de abril. A intenção é impedir um caos no abastecimento, como o ocorrido nesta semana em São Paulo. Após os protestos que a medida provocou na Capital, a Prefeitura de São Caetano decidiu liberar o trecho da avenida Goiás que era alvo de impasse com os caminhoneiros.

O trecho liberado deve compreender desde a avenida Guido Aliberti até a altura da rua Piratininga, o que facilitará o acesso às fábricas na região da avenida dos Estados. Mauá e Ribeirão Pires já haviam sido excluídas da medida. Diadema e Santo André ainda negociam novas alterações no projeto.

“Independentemente do resultado, somos contra. Mas já que é preciso ter, estamos desenvolvendo um trabalho técnico em conjunto para chegar a um denominador comum”, afirmou o presidente do Setrans (Sindicato das Empresas de Transporte de Carga do ABC), Sallum Kalil Neto.

Diferencial - "Ainda é cedo para discutir a possibilidade de uma paralisação, como em São Paulo. O grande diferencial entre as medidas aplicadas no ABCD e em São Paulo é que aqui está havendo negociação. Acredito que as prefeituras vão conseguir contemplar as necessidades de todos.”, avaliou Kalil Neto.

Para o secretário executivo do Consórcio Intermunicipal, Luís Paulo Bresciani, as alterações devem prosseguir até o fim de março. “Pretendemos publicar o decreto com todos esses ajustes no fim do mês. Apesar da posição contrária das entidades, temos buscado dialogar em torno de solução desde novembro.”

Além da exclusão dos trechos, as prefeituras decidiram reduzir o horário de restrição em uma hora e meia. Agora, a proibição será das 6h30 às 8h30 e das 17h às 20h. O projeto original previa restrição das 6h às 8h30 e das 16h às 20h. “Essas mudanças já são resultado dessa discussão e faremos mais ajustes pontuais, conforme a demanda do nosso polo industrial”, disse.

De acordo com Bresciani, a restrição é uma medida de caráter emergencial e deve ser sucedida de novas alternativas para diminuir os índices de congestionamento. “É claro que essa é uma solução emergencial. Precisamos muito mais do que isso, por isso continuamos reivindicando investimentos junto ao Estado e governo federal.”

Entre as alternativas, Bresciani citou a vinda do Metrô para o ABCD, prevista para 2015. As sete prefeituras também devem trabalhar na elaboração do plano regional de mobilidade. “Precisamos de uma visão integrada e inteligente de transporte de carga e coletivo. Essa será uma medida pensada a médio prazo.”

O Consórcio Intermunicipal vai encomendar nos próximos dias uma pesquisa de opinião sobre a implementação do rodízio de veículos na Região. A aplicação da medida ainda não é consenso entre os sete prefeitos.

Medida não surte efeito a longo prazo

A proibição do tráfego de caminhões nas principais vias do ABCD nos horários de pico deve resultar em alívio imediato dos índices de congestionamento, mas não é medida de efeito a longo prazo. Na avaliação do mestre em Transportes e professor da FEI (Fundação Educacional Inaciana), Creso de Franco Peixoto, a restrição pode provocar ainda um novo horário de pico.

“É uma medida necessária, mas tem cunho de solução a curto prazo. O número de carros nas ruas continua aumentando. A restrição vai ajudar, mas por um período de tempo apenas”, avaliou Peixoto.
Para o especialista em transportes, a mudança deve prolongar o período de congestionamento. “Os caminhoneiros vão realocar as viagens. Aquele usuário que utilizava o horário da tarde por ser mais livre tende a enfrentar congestionamento.”

Para o professor, não há dúvida de que a solução é o investimento em transporte público. “Com o passar do tempo, não há solução para o carro. A chave é o transporte de massa, o metrô precisa chegar ao ABCD”, afirmou. Peixoto citou o exemplo do BRT (Bus Rapid Transit), aplicado em Curitiba, no Paraná. Conhecido como ‘ligeirinho’, o meio de transporte funciona como um ônibus de via exclusiva e tem menos paradas nos períodos da manhã e fim da tarde. “Os usuários pagam a taxa no ponto, o que também acelera a passagem.”

Abastecimento - Na opinião do taxista de São Bernardo Antônio Carlos, a restrição a caminhões deve prejudicar o transporte de cargas na Região. “Aquele caminhoneiro que transportava frutas do Interior para cá, já perde o interesse. Isso sem contar os perigos a quem escolher viajar à noite pode enfrentar”, analisou o taxista, que atuou 12 anos como caminhoneiro.

Já o taxista Adilson Juliano julgou positivo o efeito da proibição, mas apontou a demora nas obras do Rodoanel como prejudicial ao transporte de cargas. “Se as obras do Rodoanel estivessem completas, os caminhoneiros teriam uma alternativa”, ponderou. Até agora, apenas o trecho Sul da obra foi entregue na Região. O trecho Leste continua em obras.

Por Nicole Briones - ABCD Maior
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