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DATA DA PUBLICAÇÃO 27/08/2009 | Turismo
A síndrome da classe econômica
Fidele Arozio Faccin sofre sempre que tem de encarar várias horas de voo para representar a Seleção Brasileira juvenil de vôlei em outro país. No alto de seus 2,07 metros de estatura e com 115 quilos, ele se contorce na poltrona em busca de uma posição menos incômoda. Sente dores nas costas, nas pernas, no pescoço, nos joelhos e procura artifícios para desafivelar o cinto e finalmente esticar as pernas no corredor da aeronave. "A gente fica pedindo para a aeromoça nos colocar na saída de emergência, mas não dá para descansar. Já cheguei a dormir no banheiro."

Assim como o atleta e seus colegas de time, muita gente sofre da chamada Síndrome da Classe Econômica sem saber que, além do desconforto, o aperto pode causar uma série de problemas à saúde. O principal deles é a trombose venosa profunda, que geralmente acomete passageiros em rotas de longa distância e pode levar à morte devido à formação de coágulos provocada pela má circulação do sangue nas pernas. De forma simplificada, há entupimento das veias, seguido de distúrbios cardíacos.

De acordo com levantamentos do Comitê de Ciência e Tecnologia da Casa dos Lordes, das cerca de 20 mil pessoas que morreram vítimas de trombose na Inglaterra, pelo menos 10% haviam viajado de avião poucos dias antes.

E pesquisa da Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) aponta que o tamanho das poltronas em aeronaves operadas por companhias brasileiras é insuficiente. Segundo o estudo, a largura média dos assentos é de 45 centímetros, sendo que 70% dos passageiros apresentam a largura entre os ombros maior do que esta medida. O resultado é a imobilidade.

Em geral, a trombose é de fácil diagnóstico porque as pernas ficam muito inchadas e com uma coloração arroxeada devido ao acúmulo de sangue. Quando um pedaço de coágulo formado na perna se desprende e vai para o pulmão, impedindo a troca de oxigênio e gás carbônico, recebe o nome de embolia ou tromboembolismo pulmonar, doença grave e com alto índice de mortalidade mesmo quando tratada no início.

Mas também há outros desconfortos bem mais recorrentes, embora menos perigosos, como dores musculares, nas costas e nas articulações dos joelhos, torcicolo e sensação de formigamento nos membros. "Breves exercícios favorecem a circulação e evitam possíveis dores nas costas e nos joelhos", explica o fisioterapeuta Wanderley Conde Salomão, de São Bernardo.

Para evitar complicações circulatórias, vale levantar-se a cada duas horas e dar uma volta pelo corredor do avião durante cinco minutos. Caso não haja espaço na aeronave para isso, também é válido mexer as pernas para os lados, sentado mesmo, e usar uma meia-calça elástica que favoreça a circulação. "Passageiros muito altos, obesos, mulheres grávidas ou que fazem uso de pílula anticoncepcional correm maiores riscos de trombose", alerta Salomão.

Também é aconselhável beber bastante líquido para evitar que as veias se entupam e provoquem a trombose. Como o ar do avião é rarefeito, a hidratação deve ser mais intensa do que a habitual.

Para evitar que a bagagem de mão sobrecarregue a coluna, o treinador da Body Systems Jean Patrick Martins sugere que o notebook seja carregado em mochilas com duas alças, para equilibrar o peso entre os dois ombros. "Se precisar utilizar mala de mão, procure alternar constantemente os braços e, no caso de bagagens grandes, opte por modelos que tenham rodinhas."

Jet Lag - Outro distúrbio comum em viagens de longa distância é o jet lag, espécie de mal-estar provocado pela mudança de fuso horário. Os sintomas mais comuns são irritação, sonolência, falta de atenção e alterações no hábito intestinal, principalmente se a diferença de horário entre o ponto de partida e o destino for superior a quatro horas.

Para que o corpo se adapte aos novos horários de fazer refeições e dormir, de forma a não atrapalhar a viagem, é aconselhável que as mudanças de rotina comecem a ser feitas dias antes do embarque. Calcule os horários nos quais deveria estar comendo ou dormindo no país que irá visitar e passe a cumprir essa rotina ainda no Brasil. Caso contrário, cada hora de diferença afetará, em média, um dia de viagem. Ou seja, em uma viagem de dez horas para a Europa, a sensação de desconforto pode se prolongar por até dez dias.

Outra dica é escolher um voo que chegue ao destino durante o dia. Assim, o corpo expõe-se ao sol no momento do desembarque e já começa a se adaptar ao chamado fotoperíodo (tempo em que está submetido à luz natural). Isso faz com que o inconsciente conclua que ainda não está na hora de dormir e se reprograme para adormecer só ao cair da noite.

Por Heloísa Cestari - Diário do Grande ABC
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