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DATA DA PUBLICAÇÃO 15/09/2015 | Informática
A ''internet das coisas'' exige sistemas que cuidam de si mesmos
"Internet das coisas" é o termo usado para descrever uma nova composição da internet que será formada não apenas por celulares, computadores e notebooks, mas por todo o tipo de sistema eletrônico e utensílio: geladeiras, interruptores de energia, veículos, talvez até os robozinhos que fazem o trabalho de aspirador de pó - tudo está conectado.

A internet hoje nem tem espaço para isso, porque o número de dispositivos que podem ser publicamente identificados na internet - ou "endereçados" - é limitado e simplesmente não há números sobrando para todos. Até clientes de alguns provedores já estão sem conectividade plena em muitos países.

Pouco a pouco, a internet está migrando para uma nova tecnologia que resolve essa limitação e dá para cada pessoa com uma assinatura de internet um número enorme de endereços para conectar tudo que quiser. Hoje, cada pessoa recebe apenas um número.

Se você tem um notebook e um celular conectados à internet, provavelmente o único dispositivo realmente conectado à internet é o seu roteador ou modem. O notebook e o celular pegam "carona" nessa conexão, usando uma gambiarra chamada Network Address Translation (NAT). O NAT é uma gambiarra, mas ele tem um ponto positivo: ele tira os dispositivos de uma conexão direta com a internet, criando um filtro de proteção.

Se pensarmos em uma rede em que tudo está realmente conectado diretamente à internet, temos problemas. Pense nos sistemas de monitoramento e vigilância com câmeras de vídeo IP, que ficam na rede. Hoje, com uma conexão de internet comum, se você fizer tudo errado na hora de ligar sua câmera IP e deixá-la sem nenhuma segurança, nada vai acontecer: ela não ficará exposta na internet.

Quando tudo puder ter conexão direta, esse não é o caso. Se você errou uma configuração, esqueceu de colocar uma senha ou, pior ainda, não atualizou o software interno do dispositivo e ele tinha uma falha, sua câmera pode ser comprometida e alguém poderá ver as imagens diretamente na internet.

Switch de Rede

Agora, imagine pensar nos mesmos cuidados para todos os nossos dispositivos. Qual a configuração de rede adequada para o carro? E para a geladeira? E para os sistemas de automação residencial?

Imagine, ainda, ter que monitorar ou lembrar de aplicar atualizações. Imagine esperar sua geladeira "reiniciando" para aplicar uma atualização. Imagine sua geladeira estragar porque faltou energia no meio de uma atualização. Essas situações hoje acontecem nos eletrônicos, incluindo celulares e computadores. Temos tecnologia para resolver (como um sistema secundário que entra em ação no caso de falha do primeiro durante uma atualização), mas tudo tem um custo.

A Fiat Chrysler, ao lidar com uma falha de segurança em um sistema de entretenimento que foi descoberto em veículos comercializados nos Estados Unidos, decidiu enviar a atualização em um pen drive por correio (veja aqui uma foto do pacote). O método foi criticado por especialistas, devido ao risco de pen drives falsos contendo código malicioso serem enviados aos donos do veículo. Ninguém deveria confiar em um pen drive que recebe pelo correio.

Mas não é preciso nem mesmo falar na segurança de automóveis. O sistema Android constantemente tem problemas em suas atualizações. Muitos fabricantes abandonam um celular depois de dois anos no mercado e eliminam mais problemas de nenhuma natureza. Um código que explora uma brecha em sistemas Android desde a versão 2.2 foi finalmente divulgado na semana passada. Quem está com um celular mais antigo está vulnerável e não pode fazer nada, exceto trocar por um novo aparelho.

Qualquer dispositivo que se atreva a entrar na "internet das coisas" precisa ser muito bem programado. Ele precisa "cuidar de si mesmo", aplicando atualizações e possivelmente recusando comandos externos antes de ter sido configurado adequadamente pelo dono.

Ele precisa cuidar de si mesmo não só porque fazer esse trabalho é difícil, mas porque sem isso todos teremos que nos tornar "administradores de rede", constantemente à procura de atualizações de segurança e obrigados a buscar conhecimento para fazer as decisões que envolvem o uso adequado de cada um desses dispositivos. Mas isso não é o papel dos consumidores.

Os equipamentos eletrônicos de hoje já exigem demais das pessoas em alguns casos. E, como já estamos vendo, a pressa pela criação de novas funcionalidades sempre atropela a segurança. Se a "internet das coisas" se realizar dessa forma, será uma internet de duras lições.

Por Altieres Rohr - G1
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