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DATA DA PUBLICAÇÃO 10/04/2009 | Turismo
A histórica Paraty
Parece que o tempo não passou em Paraty, no Sul do Rio de Janeiro. As fachadas à beira-mar preservam o estilo neoclássico e as esquinas exibem cunhais de pedras com símbolos maçônicos, reforçando a presença dos maçons que urbanizaram a cidade. O conjunto arquitetônico mais harmonioso do século 18 conta com inúmeras opções de hospedagem, gastronomia, compras, atividades artísticas e culturais. A preservação das fachadas rendeu à cidade o título de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional.

Muito antes de encantar turistas com praias e ilhas ou atrair intelectuais na Flip ( Festa Literária Internacional de Paraty), a cidade já foi um dos principais portos brasileiros de escoamento do ouro. A região da baía da Ilha Grande foi descoberta em 1502 e começou a ser povoada somente por volta de 1530, quando os portugueses vieram ao Brasil em busca do caminho para as minas, utilizando uma antiga trilha de índios que cortava a Serra do Mar.

Enquanto os exploradores da Europa se encantavam com o eldorado brasileiro, também cultivavam cana-de açúcar para financiar as viagens entre Brasil e Portugal para o transporte do ouro. Com a cana-de-açúcar surgiram também os alambiques que até hoje fazem a festa dos apreciadores da cachaça. Durante o período colonial, a aguardente era moeda de troca para a vinda de escravos ao Brasil.

No final do século 18 a construção da estrada de ferro ligando o Rio de Janeiro a São Paulo através do Vale do Paraíba isolou Paraty, fazendo cessar o movimento do porto. A este fato somou-se a libertação dos escravos que, retirando a mão de obra dos engenhos, das fazendas e do porto, fez com que grande parte da população abandonasse a região em busca de futuro mais promissor.

Durante as primeiras décadas do século 20 a cidade fazia enorme esforço para manter o que restava do progresso, com construção de pontes, instalação de luz elétrica, publicação de alguns jornais, exportação para as cidades vizinhas de aguardente, milho, feijão e farinha de mandioca. Mas de pouco adiantou esta tentativa. À época, a cidade contava com pouco mais de 500 moradores.

A década de 1950 veio modificar substancialmente a vida do município com a construção de uma estrada de rodagem ligando Paraty à cidade de Cunha, em São Paulo. Por este caminho alcançava-se a cidade de Guaratinguetá e a Via Dutra, que une as duas grandes metrópoles brasileiras, Rio e São Paulo. Em decorrência das chuvas no início deste ano, a estrada foi fechada.

A construção da Rio-Santos, BR 101, em 1970, consolidou a vocação turística de Paraty no momento em que a tornou mais acessível. Agora o centro histórico está em obras. Para que a cidade não perca as características de vila colonial, a rede elétrica é subterrânea, a iluminação noturna é feita por lamparinas e o calçamento tem pedras pé-de-moleque. A cidade está em processo para obtenção do título de Patrimônio Histórico da Humanidade, concedido pela Unesco.

A jornalista viajou a convite do Paraty Convention & Visitors Bureau.

No Caminho do Ouro

Além das fachadas do Centro Histórico e das praias de água transparente, Paraty esconde outras belezas naturais no percurso do Caminho do Ouro, aos pés do Parque Nacional da Serra da Bocaina.

Entre os séculos 17 e 19 o trecho foi utilizado para transportar o ouro de Minas Gerais até o porto. A trilha foi criada pelos índios guaianases, os primeiros habitantes do Vale do Paraíba. O calçamento foi feito com pedras pé-de-moleque, portanto, o passeio dispensa salto alto para as mulheres.

No total, quatro quilômetros de percurso foram recuperados. Está disponível para visitas um trajeto de dois quilômetros partindo do bairro da Penha, com caminhada guiada que dura em média uma hora. Este é apenas um pequeno trecho da Estrada Real, que leva até ao Circuito Histórico de Minas Gerais.

Entre os atrativos estão as cachoeiras Pedra Branca, Trazan e Tobogã e alambiques como o Engenho D''Ouro, além de ateliês, igrejas, pousadas e restaurantes.

Os passeios partem do Centro de Informações Turísticas Caminho do Ouro, na Estrada Paraty-Cunha.

Paraísos acessíveis

Paraty é paraíso dos amantes de esportes náuticos. Tem 300 praias, 12 bacias hidrográficas, cinco unidades de conservação, 65 ilhas e centenas de cachoeiras distribuídas em vasta extensão de Mata Atlântica.

No cais é possível escolher o passeio entre diversas embarcações no período das 10h às 12h. Os roteiros são semelhantes e o que muda é a ordem das paradas para evitar que todas ocupem o porto ao mesmo tempo. O trajeto inclui Ilha Comprida, onde é possível mergulhar em região transparente ao lado de cardumes de peixes sargentinho. Além disso, ainda há parada nas praias da Lula e Vermelha. O passeio dura 5 horas e sai em média por R$ 40. Algumas escunas oferecem música ao vivo, água, frutas e almoço em uma das ilhas.

Na cidade há operadoras de turismo que ensinam mergulho e fazem expedições de exploração marítima. Partindo pela BR 101 (Estrada Rio-Santos) no sentido São Paulo está Trindade, lugar preferido da juventude e dos aventureiros que praticam esportes náuticos.

Por barco é possível chegar à praia Caixadaço e à Praia Brava. O acesso a estas praias facilitou a frequência a outras por meio de trilhas na mata como a Praia do Sono, Ponta Negra, Antigos Grande e Pequeno.

A região da Cajaíba, acessível também de barco, transformou-se agora na mais nova aventura dos turistas. Os mais dispostos trocam o conforto das pousadas por acampamentos nas praias Grande, Deserta, Itaoca, Pouso e Martim de Sá que, mesmo dentro da Reserva Ecológica da Juatinga, tem se tornardo grande opção turística.

Por Eliane de Souza - Diário do Grande ABC / Enviada a Paraty
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