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DATA DA PUBLICAÇÃO 06/04/2017 | Cultura
''A Cabana'' fica no meio termo entre mensagem edificante e aula de catequese
''A Cabana'' fica no meio termo entre mensagem edificante e aula de catequese Em 'A Cabana', Mack (Sam Worthington) brinca com os filhos num acampamento antes de acontecer uma grande mudança (Foto: Divulgação)
Em 'A Cabana', Mack (Sam Worthington) brinca com os filhos num acampamento antes de acontecer uma grande mudança (Foto: Divulgação)
Drama é baseado em best-seller que vendeu mais de 4 milhões de cópias no Brasil. Octavia Spencer é destaque do elenco que tem Alice Braga e astro de 'Avatar'.

Fazer filmes que adaptam sucessos literários é complicado. Se a obra tiver um forte cunho religioso, e mensagens de auto-ajuda, a coisa piora: a produção corre o risco de se tornar uma daquelas que querem "converter" o espectador.
Por isso, "A Cabana", que estreia no Brasil nesta quinta-feira (6), faz o possível para ser uma versão decente do livro de William Paul Young, que vendeu 22 milhões de cópias em todo mundo, sendo 4 milhões por aqui. O filme tem uma belíssima fotografia e um ou outro momento de emoção genuína. Mas falta personalidade para tornar a questão principal do filme mais tocante.
Além disso, a sensação de que estamos diante de uma aula de catecismo também pode causar desconforto para quem tem uma visão diferente sobre religião. Isso acaba distanciando da mensagem que a história quer passar para o público.

Destruído pelo remorso e pela culpa, Mack acaba se tornando uma sombra da pessoa que foi e se distancia cada vez mais de todos. Até que recebe uma mensagem para ir até a cabana onde foi encontrada a última pista do paradeiro de Missy, no Oregon. Ao chegar lá, Mack é recebido por Papai (Octavia Spencer), além dos filhos Jesus (Avraham Aviv Alush) e Sarayu (a estrela pop japonesa Sumire). O trio vai mostrar para o amargurado Mack o caminho para encontrar as respostas para a tragédia que se abateu sobre si e sua família e, no processo, aprender o poder do perdão em relação aos erros de seu passado e se tornar uma pessoa melhor.

Produção simples
A mensagem de "A Cabana" é válida, já que ela trabalha com um dilema que faz muita gente questionar no que nós acreditamos em relação a Deus, ao perdão e ao que julgamos ser certo ou errado. Porém, o problema é que ela vem embalada numa produção bem simples, com cenas que mais parecem ter sido retiradas de telefilmes precários.
O pouco conhecido diretor Stuart Hazeldine não consegue tirar do lugar comum boa parte das sequências dramáticas, que dão aquela sensação de "deja vu" e são muito rasas. Os efeitos especiais não colaboram: a computação gráfica nunca é convincente. Tudo é artificial.

O roteiro de "A Cabana" apresenta inconsistências que podem confundir o espectador, como o destino de alguns personagens, que são sacados da trama sem explicações, além de situações mal explicadas. Além disso, o texto vem recheado com mensagens bíblicas e de auto-ajuda que nem sempre ajudam a fazer a trama andar. Uma das cenas mais importantes do filme, por exemplo, tem uma solução tão clichê que desperdiça seu potencial dramático.

Octavia Spencer quase salva o filme

Sam Worthington tem poucos bons momentos. E pouca expressão. O protagonista raramente consegue humanizar seu personagem, então fica difícil se identificar com ele. Com uma divertida e emotiva performance, Octavia Spencer é convincente como Papai, dando um ar de sabedoria e candura que nunca soa falso ou forçado.

O israelense Avraham Aviv Alush se sai bem como uma versão bem humorada de Jesus Cristo e Sumire, que representa o Espírito Santo, está apenas correta. Já a brasileira Alice Braga tem uma curta, mas importante participação como a Sabedoria, num dos melhores momentos do filme quando coloca o personagem de Worthington em um julgamento de valores que levanta questionamentos bem interessantes.
"A Cabana" é apenas um filme correto, que anda na linha tênue do dramalhão e da propaganda religiosa. Mas deve agradar fãs do livro, mesmo que detalhes da história tenham sido omitidos e possam incomodar admiradores mais fervorosos. Para quem gosta de chorar sem medo no escurinho do cinema, a trama pode ser uma boa escolha.

Por Célio Silva - G1, RJ, Rio de Janeiro
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