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DATA DA PUBLICAÇÃO 22/03/2017 | Veículos
Nissan Frontier: primeiras impressões
Nissan Frontier: primeiras impressões Nissan Frontier - Tabela de concorrentes (Foto: Arte/G1)
Nissan Frontier - Tabela de concorrentes (Foto: Arte/G1)
Picape chega à 12ª geração com a suspensão mais refinada do segmento, mais barata do que as rivais, mas ainda deve alguns equipamentos.

Os “pôneis malditos” e os “agroboys” que provocavam a concorrência nos comerciais da Nissan Frontier no começo da década ficaram no passado. Em 2017, a marca japonesa amadureceu sua presença no Brasil, e quer mostrar sua picape de outra forma na 12ª geração, já à venda nas concessionárias em versão única por R$ 166,7 mil.

Uma definição para a picape que acaba de chegar ao Brasil? “Esta Frontier é como o Arnold Schwarzenegger em um smoking”, brincou Robert Bauer, chefe do estúdio de design da Nissan no Brasil.

Essa combinação de força com sutileza é uma tendência entre as picapes médias. A capacidade para o trabalho árduo continua lá, só que elas se tornaram mais dóceis no uso urbano, com a caçamba vazia na maior parte do tempo. A Nissan pretende ir um passo adiante com sua nova picape, a única no segmento com suspensão traseira multilink.

O que isso significa? Normalmente, as picapes utilizam suspensão por feixe de molas, mais indicada para o trabalho pesado, mas que penaliza os passageiros, fazendo com que a picape “pule” mais do que o desejado.

A suspensão multilink entrega mais conforto aos ocupantes, inclusive quando a picape está com a caçamba vazia.

E esta é a maior vantagem da Frontier diante das concorrentes. Sem abrir mão do uso para o trabalho, a Nissan instalou um eixo rígido para complementar o conjunto, oferecendo a robustez necessária.

Mais mudanças

Mas esta é apenas uma das mudanças da Frontier. Continuando na parte técnica, o chassi foi totalmente renovado. Segundo a Nissan, a estrutura, chamada de Duplo C, é 4 vezes mais rígida do que a anterior. O nome se deve ao arranjo das duas barras de ferro, sobrepostas e soldadas. A Nissan ainda reforçou as longarinas com 8 barras transversais.

Apesar da atenção especial na estrutura, o chassi ficou 44 kg mais leve. A dieta se estendeu também a carroceria, 94 kg mais leve. No fim das contas, o peso final é inferior a 2 toneladas (1.985 kg), sendo 81 kg mais leve do que a geração anterior.

Nas medidas, a Frontier ficou 2 cm mais comprida, chegando a 5,25m. Mas o entre-eixos encolheu 5 cm, para 3,15 m. Ainda assim, sobra espaço para as pernas, mesmo com ocupantes mais altos. O grande problema, como em quase todas as picapes, é que o joelho fica posicionado acima do quadril, causando desconforto em viagens longas.

Motor de van

Entre todas as concorrentes médias, a Frontier é a segunda com o menor motor – perde apenas para o 2.0 da Amarok. A unidade de 2,3 litros é menor do que o 2.4 da L200, o 2.8 de S10 e Hilux e o 3.2 da Ranger. No entanto, o motor de 190 cv e 45,8 kgfm fica em um pelotão intermediário em potência e torque.

Os números também são bem melhores do que os do motor usado na Renault Master, que serve de base para o da Frontier. Na van, são 130 cv e 31,7 kgfm.

O desempenho, no teste realizado pelo G1, foi satisfatório – melhor do que o da Toyota Hilux e semelhante ao da Chevrolet S10, as duas picapes médias mais vendidas do Brasil. A dirigibilidade também fica em um patamar entre as duas rivais – a S10 proporciona maior conforto e condução mais amigável, enquanto a Hilux tende a “pular” mais.

Em termos de consumo de diesel, o motor menor ajudou a Frontier a conquistar nota B entre as picapes no Programa Brasileiro de Etiquetagem Veicular do Inmetro.

Com médias de 8,9 km/l na cidade e 10,1 km/l na estrada, ela só não foi melhor do que a Amarok (9 km/l e 10,5 km/l) e do que a L200 (9,8 km/l e 11,8 km/l).

No ciclo misto que o G1 testou a Frontier, no entanto, a média foi de 11,1 km/l, até melhor do que os números do Inmetro. Com um tanque de 80 litros, a autonomia pode até superar os 800 km, dependendo da utilização da picape.

Não nega as origens

Reparou na grade da nova Frontier? Sim, ela é cheia de cromados e tem o mesmo contorno da letra “V” presente desde o March até o GT-R. “Esta identidade chamada V-Motion está mais robusta, menos delicada”, disse Bauer, o mesmo que citou “Schwarzenegger em um smoking”.

A Nissan manteve a identidade visual dos demais modelos em seu maior carro, porém também conservou parte do visual “rústico” da geração anterior. Os faróis, por exemplo, são uma evolução clara na comparação com a 11ª geração.

Mas há certo requinte nos vincos das portas e na assinatura em LED. Os cromados dominam a carroceria – além de grade e moldura das luzes de neblina, há peças brilhantes na moldura dos vidros, capa dos retrovisores e nas maçanetas.

Custa menos, oferece menos

Já é tradição a Nissan vender seus carros por preços mais baixos do que os da concorrência. Com a Frontier não é diferente. Enquanto vier importada do México (até meados do ano que vem), a picape será ofertada em versão única, a topo de linha LE por R$ 166.700.

Considerando apenas as versões mais completas, ela é consideravelmente mais em conta do que Hilux SRX (R$ 189.970), S10 High Country (R$ 175.990), Ranger Limited (R$ 185.190), Amarok Highline Extreme (R$ 177.990) e L200 Triton Sport HPE (R$ 174.990).

A lista de equipamentos é adequada, e inclui ar-condicionado digital com regulagens separadas para motorista e passageiro, bancos de couro (com regulagem elétrica para o motorista), acesso e partida sem a necessidade de chaves na mão, sensores de luz e estacionamento traseiro, central multimídia, câmera de ré, controle de velocidade de cruzeiro, controles de tração e estabilidade, assistente de subidas e descidas e faróis full-LED.

Ainda há certas “mordomias”, como 2 entradas USB e 3 tomadas 12V na cabine, tomada 12V na caçamba, ganchos deslizantes na caçamba e quadro de instrumentos colorido. Mas faltam itens considerados básicos em um veículo de mais de R$ 150 mil.

Há apenas os 2 airbags exigidos pela legislação (Ranger, L200 e Hilux têm 7, Amarok tem 4), o retrovisor interno não é antiofuscante, o volante só possui ajuste de altura e os limpadores do para-brisa são do tipo convencional, enquanto até modelos de entrada já possuem similares do tipo flat blade, muito mais eficientes.

O motorista ainda terá que desembolsar R$ 2.050 se quiser adicionar capota marítima e protetor de caçamba, itens essenciais para quem utiliza uma picape para o trabalho.

Por outro lado, a Frontier tem o segundo menor custo de manutenção entre as picapes médias. Os seis primeiros serviços (até 60 mil km) custam R$ 5.250, e são mais caros apenas do que os da Amarok (R$ 5.038).

S10 (R$ 5.580), L200 (R$ 5.714), Hilux (R$ 5.975) e Ranger (R$ 6.268) possuem revisões mais caras, considerando o mesmo número de paradas nas concessionárias (6).

Conclusão

Na corrida das picapes que estão cada vez mais urbanas, a Frontier chega por último e vai um passo adiante na dirigibilidade, oferecendo mais conforto com uma suspensão traseira mais refinada.

Ainda está longe de ser um veículo de passeio, mas representa um salto na comparação com a geração anterior.

A falta de alguns itens de série e a oferta de apenas uma versão dificilmente tiram da Nissan o título de lanterna entre as picapes médias à venda no Brasil, apesar de um melhor custo/benefício e um bom conjunto mecânico.

Por André Paixão, G1, em São Paulo
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