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DATA DA PUBLICAÇÃO 09/01/2017 | Setecidades
Avenida dos Estados e seus velhos problemas
Avenida dos Estados e seus velhos problemas Foto: Claudinei Plaza/DGABC
Foto: Claudinei Plaza/DGABC
Mais um ano se inicia e os problemas enfrentados por motoristas da região nos cerca de 15 quilômetros de extensão da Avenida dos Estados, denunciados pelo Diário em janeiro de 2016, continuam sem solução. Principal ligação entre o Grande ABC e a Capital, passando por três cidades da região – Santo André, São Caetano e Mauá – a via segue com deficiências estruturais, entre elas remendos malfeitos no asfalto, falta de sinalização viária adequada, vegetação alta em diversos trechos, erosão às margens do Rio Tamanduateí, além dos já tradicionais congestionamentos.

Ao longo da semana passada, a equipe do Diário percorreu, em diferentes períodos do dia, toda a extensão da via e constatou as dificuldades diárias enfrentadas por motoristas e pedestres. Os problemas se iniciam nos obstáculos impostos pelas condições precárias do asfalto da avenida. Com buracos e remendos malfeitos em diversos trechos, motoristas são obrigados a trafegar em ‘zigue-zague’ para amenizar os danos aos veículos. “Isso daqui mais parece uma montanha-russa, quando você está em São Caetano e próximo ao Craisa (Companhia Regional de Abastecimento Integrado de Santo André). Pior de tudo é que mesmo em faixas que não são destinadas aos caminhões você enfrenta isso”, relata o bancário Wilson Nunes, 31 anos.

Não bastasse o asfalto precário, desde o ano passado motoristas são obrigados a desviar de canteiro de obras no trecho próximo à Indústria de Móveis Bartira, em São Caetano. A área passa por intervenção que visa recuperar as paredes de contenção do Rio Tamanduateí, que sofreram forte processo de inclinação estrutural, provocado pelas chuvas. Com isso, somente duas faixas, em trecho de 300 metros de extensão, estão liberadas. A expectativa inicial do Daee (Departamento de Águas e Energia Elétrica), responsável pela obra, era a de que os trabalhos fossem concluídos até setembro de 2016, o que ainda não ocorreu. O órgão informou, por meio de nota, que executa a recuperação da pavimentação no trecho destacado, serviço que deverá estar concluído até o fim da semana.

“Isso aqui estava um caos total antes das férias (escolares). Você não andava. Ainda assim, sem muito veículo, vira e mexe encontro tráfego intenso”, afirma o corretor de imóveis Anderson Dutra da Silva, 24.

A via, que recebe fluxo diário de 130 mil veículos, também tem imposto dificuldades aos pedestres e ciclistas que circulam por seu trajeto. Um dos principais problemas é a vegetação alta em quase todo o trecho da avenida que corta o Grande ABC, encobrindo calçadas e faixas de segurança próximas ao Rio Tamanduateí. “Já não temos passarela aqui no trecho da divisa de Santo André e Mauá, aí encontramos esses buracos e mato da nossa altura.

Fica difícil”, relata o promotor de vendas Adilson da Silva, 30.

A ausência de sinalização asfáltica e presença de placas quebradas são transtornos reforçados pelos motoristas e que evidenciam o abandono da via. “Trabalho há 25 anos aqui vendendo coco. Nem cortar o mato e pintar as faixas os prefeitos conseguem fazer. Isso aqui não tem mais jeito”, afirma o vendedor Regivaldo Moreira Gomes, 49.

Aos 102 anos de vida, a Avenida dos Estados tornou-se para motoristas e pedestres verdadeiro teste de resistência. “É congestionamento, buraco, ondulação. É complicado ver luz no fim do túnel”, desabafa o caminhoneiro João Batista dos Santos, 52.

Especialistas associam precariedade da ligação viária à má gestão

Má gestão por parte de prefeitos e governo do Estado. Para especialistas ouvidos pelo Diário, essa é a principal explicação para a situação precária na qual a Avenida dos Estados se encontra.

“A Avenida dos Estados cresceu numa proporção desigual as vias paralelas que poderiam ser alternativas para o motorista no Grande ABC. Não se pensou em nenhuma medida para amenizar os impactos, por isso temos essa situação”, avalia o professor de Engenharia Civil da FEI (Fundação Educacional Inaciana) e mestre em Transportes, Creso Peixoto.

Para o especialista, uma possibilidade para desafogar os problemas da via seria o pedágio urbano, assim como ocorre em outros países, como o Chile. “Essa medida, embora assuste no início, poderia trazer resultados significativos com o pagamento de tarifa”. No entanto, o especialista reforça a necessidade de união entre os municípios e o Estado para a execução de manutenções periódicas.

Já na visão do presidente da Associação dos Engenheiros e Arquitetos do ABC, Luiz Augusto Moretti, ações preventivas realizadas aos fins de semana poderiam, a curto prazo, diminuir de maneira drástica os problemas existentes. “Fecha de sábado e domingo um trecho da avenida e, ao longo dos meses, você terá essa manutenção preventiva com efeitos significativos”, avalia.

O Diário procurou as prefeituras dos municípios cortados pela Avenida dos Estados e questionou os trabalhos de melhorias executados na via. No entanto, somente Santo André se posicionou.

Segundo o Paço andreense, a última intervenção na via foi realizada em abril de 2016, portanto há quase um ano.

Naquela época, foi realizada manutenção em toda a sinalização horizontal e vertical da avenida. A Prefeitura destacou ainda a limpeza da vegetação, feita na semana passada pelo Semasa (Serviço Municipal de Saneamento Ambiental de Santo André).

O Consórcio Intermunicipal do Grande ABC, por sua vez, não se manifestou sobre o tema em razão do “processo de transição em sua gestão”.

Por Daniel Macário - Diário do Grande ABC
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