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MP investiga falhas em mutirão
DATA DA PUBLICAÇÃO 06/02/2016 | Setecidades
MP investiga falhas em mutirão
O MP (Ministério Público) estadual recebeu pedido de investigação a respeito dos graves problemas decorrentes de mutirão de catarata realizado pela Prefeitura de São Bernardo no dia 30 de janeiro, no Hospital de Clínicas. Dos 27 pacientes que realizaram o procedimento, 21 adquiriram infecção ocular e passou de seis para pelo menos oito o número de pessoas que ficaram cegas, sendo que três precisaram remover o olho comprometido.

O documento foi protocolado ontem pelo deputado estadual Orlando Morando (PSDB) e tem como embasamento a reportagem publicada pelo Diário, na qual pacientes, em sua maioria idosos, relataram o drama de serem submetidos a procedimento cirúrgico comum e acabarem perdendo a visão por conta de falhas ainda desconhecidas.

Por meio de nota, o MP limitou-se a informar que a Promotoria de Justiça de São Bernardo está reunindo informações sobre o caso.

Já a Prefeitura destacou que foram suspensos todos os novos procedimentos oftalmológicos desenvolvidos pelo Instituto de Oftalmologia da Baixada Santista, empresa terceirizada que mantém convênio com a administração desde 2013, até a conclusão dos processos em investigação. Neste período, a Secretaria de Saúde de São Bernardo repassou R$ 2,4 milhões à contratada, sendo R$ 177,7 mil apenas neste ano.

Embora afirme que as causas da contaminação poderão ser conhecidas apenas após a conclusão da sindicância aberta, a administração do prefeito Luiz Marinho (PT) já aponta que a bactéria causadora da contaminação – pseumonas sensível – “não está presente na flora bacteriana do hospital”. Conforme a nota divulgada pela Secretaria de Saúde, “somente a investigação poderá esclarecer qual a forma de contágio, que pode ter se dado pelos medicamentos ou pelos insumos usados nos procedimentos cirúrgicos ou outros meios.”

Diante da gravidade dos fatos, o vereador Julinho Fuzari (PPS) protocolou, também ontem, pedido de abertura de CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) junto à Câmara Municipal. No documento, o parlamentar dá prazo de 120 dias para a conclusão dos trabalhos de investigação das “supostas irregularidades no mutirão de cirurgia de catarata.”

O avanço em busca de explicações por parte dos parlamentares do município serve de consolo para as famílias que enfrentam o problema. No entanto, o metalúrgico Vagner Nascimento Rocha, 32 anos, considera que não há como reparar o dano causado ao seu pai, o aposentado Francisco Gomes Rocha, 70. O morador de São Bernardo foi obrigado a remover o olho direito ontem, totalmente comprometido pela infecção. “Só quero que a Prefeitura dê assistência a essas pessoas em tudo o que elas precisarem. E estamos rezando para essa bactéria cessar”, diz.

Traumatizado, o aposentado já informou aos filhos que não deseja passar pelo procedimento no olho esquerdo, anteriormente agendado. “Ele já avisou que não quer operar o outro olho, com medo de ficar totalmente cego”, revela Rocha.

A equipe do Diário procurou o médico responsável pelo procedimento cirúrgico, o oftalmologista Paulo Barição, no entanto, o especialista preferiu não se pronunciar. Já em relação ao Instituto de Oftalmologia da Baixada Santista, não houve sucesso nas tentativas de contato, já que os telefones da empresa estão desligados.

Por Natália Fernandjes - Diário do Grande ABC
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