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DATA DA PUBLICAÇÃO 07/10/2015 | Setecidades
Alckmin entrega água contaminada com metais pesados e agrotóxicos ao ABCD
Alckmin entrega água contaminada com metais pesados e agrotóxicos ao ABCD Audiência pública discutiu contaminação de alimentos e água por agrotóxico. Foto: Andris Bovo
Audiência pública discutiu contaminação de alimentos e água por agrotóxico. Foto: Andris Bovo
Dados de captação da Sabesp na Billings foram expostos em audiência pública em Santo André

A presença de metais pesados e agrotóxicos foi encontrada na água já tratada da ETA (Estação de Tratamento de Água) Rio Grande, ou seja, na água que chega nas torneiras da população de São Bernardo, Diadema e 50% de Santo André. Os dados são de laudos da própria Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo) ao qual a Defensoria Pública do Estado de São Paulo teve acesso via Semasa (Serviço Municipal de Saneamento Ambiental de Santo André). As informações foram apresentadas em audiência pública sobre contaminação de agrotóxicos em alimentos e água realizada nesta terça-feira (06/10), em Santo André.

“Estamos chegando a um ponto de quase não retorno com a água. E vale ressaltar que a Vigilância Sanitária não fiscaliza, ou seja, a Sabesp é quem fiscaliza a água que ela mesma entrega”, observou o defensor público Marcelo Novaes, responsável pela investigação e divulgação dos dados da audiência pública.

“Jogamos todo tipo de imundície na nossa água, porque criou-se um mito de que lá na estação de tratamento toda a sujeira sai, que o cloro tira tudo. Mas isso não é verdade, os contaminantes químicos deixam resíduos”, revelou a engenheira química Sônia Corina Hess, professora e doutora da Universidade Federal de Santa Catarina, que analisou os laudos da Sabesp a pedido da Defensoria Pública de Santo André.

Nas amostras analisadas entre 2012 e 2015 na ETA Rio Grande, foram encontrados cádmio, chumbo, fluoreto, níquel, urânio, glifosato (agrotóxico), trihalometanos, alumínio dissolvido e surfactantes. A maioria está dentro dos níveis permitidos pela portaria 2.914, do Ministério da Saúde, que trata da potabilidade da água, apesar de prever o monitoramento de apenas 27 dos 467 agrotóxicos registrados no Brasil. Mas o chumbo apresentou níveis 40% acima do limite imposto pela portaria. “Esse mínimo de segurança não é segurança. São produtos químicos tóxicos e não sabemos o que essa mistura, em longo prazo, causa no nosso organismo, mesmo em pequenas quantidades”, argumentou Sônia.

SAÚDE

Apesar de o glifosato ser considerado um agrotóxico de baixa toxidade, se comparado com outros no mercado, pesquisas internacionais mostram que é potencialmente cancerígeno, além de causar diabetes, doenças cardíacas, depressão, infertilidade, mal de Alzheimer e mal de Parkinson.

“Hoje 43,8% do mercado brasileiro usam o glifosato, porque pouquíssimas pessoas sabem o quanto é perigoso”, revelou a professora da Universidade Federal de Santa Catarina.

O defensor público explicou ainda que esse tipo de agrotóxico vai parar na água porque quando pulverizado para agricultura se infiltra do solo e atinge as águas subterrâneas, lençóis freáticos e mananciais. “Deveria ser proibido o uso de agrotóxicos próximo aos mananciais”, destacou Novaes.

Além do agrotóxico, os metais pesados como níquel, cádmio e trihalometanos (subproduto criado da mistura do cloro e esgoto) também causam câncer. “O câncer é a segunda causa de morte no Brasil e, diante desses números, tende a aumentar”, comentou Sônia.

Outro dado que preocupou a engenheira química foi a presença de urânio na ETA Rio Grande. “É preciso investigar de onde está vindo isso. Até recomendo que sejam feitos os testes novamente, porque é muito grave”, afirmou. Já o chumbo causa danos aos rins, fígado, sistema nervoso, cérebro, órgãos reprodutores e na região gastrintestinal.

Procurada, a Sabesp não se manifestou até a postagem desta matéria.

Por Claudia Mayara - ABCD Maior
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