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DATA DA PUBLICAÇÃO 29/07/2015 | Cidade
Humanização no trabalho médico é rotina na Saúde da Família em Mauá
Humanização no trabalho médico é rotina na Saúde da Família em Mauá O trabalho dos médicos cubanos representa o aumento na capacidade de atendimento da população. Crédito: Evandro Oliveira
O trabalho dos médicos cubanos representa o aumento na capacidade de atendimento da população. Crédito: Evandro Oliveira
Cuidados e compromisso com as pessoas fortalecem a saúde e quebram a barreira do idioma

De onde vem o calor humano, a empatia e o desejo de cuidar do próximo? Não se sabe, mas isso pode ser visto frequentemente no atendimento aos usuários da rede municipal de saúde de Mauá.

Há 29 anos trabalhando na Unidade Básica de Saúde do Jardim Santista, o médico pediatra Carlos Augusto Alves é uma das referências de atendimento diferenciado na região. Formado em 1982, ele fala da lição transmitida por um professor e assimilada para sempre: dê o atendimento como gostaria que tratassem sua própria família. "A forma de você trabalhar é muito da formação, se não faço o certo não fico satisfeito. Quando o paciente sente confiança em você, ele se empenha em tomar os remédios e em se curar", analisa dr. Carlos.

Eliana Manduca tem 39 anos de formada e está há 23 anos na rede de saúde de Mauá, atualmente na UBS Capuava. "Adoro ser médica de família, adoro gente!!!", reconhece. "Principalmente porque lidamos com o sofrimento das pessoas e por ter um profundo respeito pela vida", resumiu. A dica que ela dá é que é fundamental ouvir atentamente o que o paciente fala, pois, "essa queixa é o que norteia o exame físico e o diagnóstico, não sei fazer Medicina em 15 minutos", relata Eliana.

Para ambos, não importa se é no convênio, na rede pública ou no consultório, não há diferença no atendimento aos pacientes. Para os dois, assim como para muitos profissionais na rede, o convite para atuar na Estratégia Saúde da Família surgiu por causa do perfil humanista, que valorizam as pessoas, e acabaram se identificando com a função. Os pacientes destes dois médicos utilizam palavras como "excelente, fantástico, espetacular" para descrever o jeito como são tratados. "Ela faz exame, conversa, vai a fundo para saber o que está acontecendo", detalha a paciente Maria Aparecida Júlio, que mora no Jardim Capuava.

Em 2013, dificuldades como a de fixar profissionais na cidade fizeram com que a Prefeitura de Mauá, por intermédio da Secretaria de Saúde, aderisse ao programa Mais Médicos, do Governo Federal, agregando mais 47 profissionais ao quadro de 445 que já atuam na rede.

Carlos, Ana, Manoel, Álvaro, Galvão, Josefina, Vanessa, Regina, e tantos outros médicos da rede, têm reconhecida a sua paixão por cuidar da saúde da população, que é algo em comum com os cubanos. Assim, por meio do Sistema Único de Saúde (SUS), médicos brasileiros e estrangeiros se dedicam a melhorar a qualidade de vida dos moradores de Mauá, em especial, em áreas de vulnerabilidade social.

Mas, a chegada dos cubanos possibilitou a ampliação de 34 para 85 equipes do Programa Saúde da Família, ampliando a cobertura no município para 70%. “Acredito que a saúde da minha família melhorou muito com o atendimento dos médicos cubanos, como no caso da minha avó que tem Alzheimer (doença degenerativa do Sistema Nervoso), que eles diagnosticaram e tratam com todo cuidado”, disse a auxiliar de serviços gerais, Lucilene Araújo.

Para integrar o programa, os profissionais cubanos se juntaram à missão internacional de ajuda humanitária, apresentada pelo governo do país. Foi o que ocorreu com as especialistas em Medicina Geral e Integral e Saúde da Família, Beatriz Ramos Pellegrin e Amália Maresma San Miguel, formadas pela Escola Latino-Americana de Medicina (Elam) em Havana, no ano de 2009. Do contrato de três anos, 16 meses já foram cumpridos.

Beatriz tem marido e filho de oito anos que a esperam em casa. Amália gostaria de se juntar ao grupo internacional de voluntários Médicos Sem Fronteiras, que presta ajuda humanitária em locais vitimados por tragédias pelo mundo. Ela já trabalhou durante quatro anos na Colômbia e Venezuela, antes de vir para o Brasil. Beatriz atua na UBS do Jardim Zaíra 2 e Amália na UBS do Jardim Oratório. “A gente se forma para a Humanidade. Vim para ajudar a população brasileira. Porque é muito gratificante ficar em frente das pessoas que precisam da sua atenção e quando a gente é médico tem que estar preparado para isso”, considera Beatriz.

Sobre o acolhimento na cidade, ambas garantem que foram muito bem recebidas. “Para ficar firme e aguentar ficar longe da família, foi essencial o apoio dos médicos, enfermeiros e trabalhadores da unidade, que é como se fosse em Cuba”, acredita Beatriz.

Para Amália, de 29 anos, “a gente aprende experiências novas e tem o desejo de ajudar. Quando a gente chega, as pessoas são abertas para nos receber, são como uma família.” A jovem médica é uma apaixonada pelo trabalho, o que ajuda a romper a barreira do idioma.

Isso é reconhecido pela família de Orozina Pereira de Souza, de 86 anos. Ela achou “um pouquinho diferente porque não entendeu a médica da primeira vez”, mas logo o carinho trocado fez com que isso fosse rapidamente resolvido. “É uma benção que Deus está me dando de ser muito bem tratada, zelada e querida, não me preocupo com nada”, disse a idosa. Mesmo com idade avançada, d. Orozina cuida da própria casa, simples e muito limpa, com panelas de alumínio brilhando em cima do armário, como se fossem troféu. Apesar de ter ficado três meses acamada após uma queda, d. Orozinha se recuperou muito bem e é uma paciente disciplinada, que mora ao lado da filha.

“Todo mundo paparica a minha mãe na UBS (do Parque Oratório). Antes de cair, ela ia lá todo dia só pra conversar com as pessoas. Agora, a médica, a enfermeira e as agentes comunitárias veem aqui para ajudar a gente a cuidar dela, até os exames eles colhem aqui”, disse Maria da Conceição de Souza Gonzaga. O genro, Israel Gonzaga, diabético, também é atendido pela equipe. “A experiência dessa médica é uma coisa fora de série, quando ela fala podemos acreditar porque é certeza”, falou o aposentado.

Alguns profissionais brasileiros defendem que os médicos façam o curso de valida o diploma cubano no Brasil, mas isso é vedado no convênio com o governo de Cuba. “Para mim, é um privilégio estar no Brasil, um sonho desde criança, quando assistia às novelas daqui”, segundo Beatriz, que disse ter sentido vontade de beijar “a terra brasileira” assim que pisou em solo nacional. De qualquer maneira, são 18.240 médicos a mais, cubanos e de outras nacionalidades, incluindo a brasileira, que integram o programa federal. Com o Mais Médicos, eles passaram a atender a população de 4.058 municípios, o que equivale a 73% do país e 34 Distritos Sanitários Indígenas. Aproximadamente, 63 milhões de brasileiros são beneficiados. A população agradece.

Por PMM - Redação
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