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DATA DA PUBLICAÇÃO 27/07/2015 | Política
Reeleição vai dominar pleito na região em 2016
Reeleição vai dominar pleito na região em 2016 Foto: Andréa Iseki/DGABC
Foto: Andréa Iseki/DGABC
O eleitorado do Grande ABC, estimado em 2 milhões de pessoas, presenciará no pleito do ano que vem um cenário com a repetição de participação de seis dos sete prefeitos. Eles tentarão renovar seus mandatos, quase remontando o número do páreo de 2000, a primeira eleição municipal que permitiu a recuperação de mandato. À época, todos os sete chefes de Executivo locais tentaram se manter na cadeira e seis obtiveram êxito.

No ano que vem, com exceção de São Bernardo – Luiz Marinho (PT) exerce segundo mandato –, os demais chefes do Executivo se jogam no processo eleitoral em busca de mais quatro anos na função número um em seus municípios. Brigam pela manutenção do poder Carlos Grana (PT-Santo André), Paulo Pinheiro (PMDB-São Caetano), Lauro Michels (PV-Diadema), Donisete Braga (PT-Mauá), Saulo Benevides (PMDB-Ribeirão Pires) e Gabriel Maranhão (PSDB-Rio Grande da Serra).

E não são só os números de candidaturas de reeleição que relembram 2000: o cenário econômico do Brasil é semelhante, com crise nacional que afeta diretamente os cofres municipais. Assim como nos dias atuais, o prisma da economia brasileira era nebuloso 15 anos atrás, fim da gestão de Fernando Henrique Cardoso (PSDB). Desemprego se elevava e inflação começava a subir depois de anos de estabilidade. Apesar dos problemas, apenas Gilson Menezes, à época prefeito pelo PSB, não conseguiu se reeleger em Diadema – o então socialista sequer foi ao segundo turno, ficando atrás de José de Filippi Júnior (PT, o eleito) e José Augusto da Silva Ramos (PSDB) (veja quadro completo acima).

“A gestão do ex-presidente Fernando Henrique começava a cair, porque os índices de inflação e desemprego estavam sem controles e isso refletiu nas candidaturas tucanas e de aliados. O cenário nacional respinga e muito nos municípios. Vejo que desta vez atingirá o PT”, avaliou o cientista político Rui Tavares Maluf. Naquela eleição, cinco prefeitos do PT foram eleitos e só dois com discurso aliado a FHC.

Agora, pela análise de Maluf, Grana e Donisete terão de driblar a chuva de dificuldades enfrentada pelo PT na esfera federal para convencer o eleitor local de que merecem mais quatro anos à frente das administrações de suas cidades.

“Se o PT sobreviver em seu berço político, acredito que sairá machucado. O momento é extremamente delicado”, pontuou outro cientista político, Roberto Martins, que também vê contaminação no volume de casos de corrupção ligados ao PT nacional nas candidaturas menores, nas cidades.

FAVORITISMO
A despeito do momento negativo do petismo, Grana e Donisete têm a seu favor largo retrospecto no Grande ABC. Nas 16 vezes em que chefes de Executivo da região buscaram a reeleição, em apenas três o projeto naufragou.

Grana, aliás, foi responsável direto por uma derrota de prefeito que tentava renovar seu mandato. Em 2012, impediu que Aidan Ravin (PSB) continuasse na principal cadeira do Paço ao vencê-lo no segundo turno. Além de Gilson, Mário Reali, prefeito de Diadema entre 2009 e 2012, não recebeu crivo das urnas para se manter no poder: perdeu para Lauro Michels, também no segundo turno.

O índice de reeleição é de 81%, mas os dois especialistas alertam que a fórmula do continuísmo apresenta forte desgaste. Uma das provas é que, na Capital, apenas Gilberto Kassab (PSD) foi reeleito em toda a história.

Derrotados possuem versões para queda

Desde a instituição da reeleição para os cargos nos Executivos, apenas três dos 16 prefeitos da região fracassaram na busca pela renovação de mandatos. Os ex-chefes do Paço apresentaram versões diferenciadas para justificar o fracasso.

O caso mais emblemático é do ex-prefeito de Diadema Gilson Menezes (PDT). Em 2000, pelo PSB, Gilson foi para a disputa eleitoral e acabou ficando apenas na terceira posição no primeiro turno, atrás de José Augusto da Silva Ramos (PSDB e que estava no PPS) e José de Filippi Júnior (PT), que sagrou-se vencedor no segundo turno.

“Prefiro não me aprofundar muito neste assunto, porque foi tudo muito estranho na ocasião. As pessoas que trabalhavam comigo falavam até em vitória no primeiro turno e terminou daquele jeito. Muito estranho”, resumiu.

Em 2012, Aidan Ravin (PSB, na oportunidade pelo PTB) foi superado pelo então deputado estadual Carlos Grana (PT), no segundo turno. Aidan, que voltará à disputa no ano que vem, admitiu ausência de experiência, atrelado à “falta de investimento em publicidade” como pontos que contribuíram para o revés eleitoral.

O socialista, porém, alfinetou seu rival, citando “jogo sujo” ao acusar a equipe de campanha petista de utilizar ‘sua voz’ numa gravação para pedir voto durante a madrugada do dia da eleição no segundo turno, o que atingiria negativamente a imagem da candidatura – Grana nega as acusações.

“Foi um jogo muito baixo e que atrapalhou, constrangeu. Foram abertas investigações e espero por conclusões”, condenou, mencionando apuração aberta pela Polícia Civil e pelo TRE-SP (Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo).

Derrotado também em 2012 em solo diademense pelo então vereador Lauro Michels (PV), o ex-prefeito Mário Reali (PT) não atendeu as ligações do Diário.

Pesquisa aponta oposição com vantagem sobre gestores

Levantamento de intenção de votos realizado pelo DGABC Pesquisa em março e encomendado pelo Diário revelou a oposição à frente da situação em todo o Grande ABC. A praticamente um ano do início da disputa eleitoral, os prefeitos buscam agilizar planos e projetos para resgatar imagem perante o eleitorado.

O prefeito de Santo André, Carlos Grana (PT), voltará a enfrentar os rivais Aidan Ravin (PSB) e Raimundo Salles (PPS), repetindo a disputa de 2012. Na segunda colocação na sondagem, Grana tem ingrediente diferente para 2016: provável entrada do ex-vereador Paulinho Serra (PSD), que deixou a Secretaria de Mobilidade Urbana, Obras e Serviços Públicos e pode concorrer ao Paço.
Em São Caetano, o chefe do Executivo, Paulo Pinheiro (PMDB), tende a se confrontar com o ex-prefeito José Auricchio Júnior (PTB), que colocou larga vantagem na preferência do eleitorado.

No município de Diadema, Lauro Michels (PV) pode enfrentar o ex-prefeito José de Filippi Júnior (PT), que ainda desfruta de prestígio com a população após três mandatos. O governo do PV vem sendo contestado.

O prefeito de Mauá, Donisete Braga (PT), deve ter novamente pela frente os deputados estaduais Atila Jacomussi (PCdoB) e Vanessa Damo (PMDB), repetindo 2012. Na ocasião, o petista saiu vencedor depois de aliança com Atila, no segundo turno.

O cenário mais frágil ocorre em Ribeirão Pires. Saulo Benevides (PMDB) se depara com ampla rejeição e sua gestão vem sendo marcada por desarticulação. O ex-vice-prefeito Edinaldo de Menezes, o Dedé (PPS), aparece na liderança. O ex-prefeito de Rio Grande da Serra Adler Kiko Teixeira (PSC) estuda candidatura na cidade e já desponta com mais popularidade do que Saulo.

Chefe do Paço de Rio Grande da Serra, Gabriel Maranhão (PSDB) vem sendo superado pelo seu rival, o ex-vereador Claudinho da Geladeira (PT). Embate repete 2012.

Por Leandro Baldini - Diário do Grande ABC
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