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DATA DA PUBLICAÇÃO 23/06/2015 | Setecidades
Gênero de perigosa bactéria é encontrado no Rio Tamanduateí
Gênero de perigosa bactéria é encontrado no Rio Tamanduateí Foto: Nario Barbosa/DGABC
Foto: Nario Barbosa/DGABC
O resultado laboratorial da segunda fase da Expedição Tamanduateí, realizada pela USCS (Universidade Municipal de São Caetano), em parceria com o Diário, constatou uma grave situação: além de toda a sujeira que pode ser vista a olho nu, a análise mostrou, em três dos 12 pontos percorridos em Santo André e São Caetano, a presença de bactérias do tipo Klebsiella spp, o mesmo gênero da KPC (Klebsiella Pneumoniae Carbapenemase), também conhecida como ‘superbactéria’ e comum de infecção hospitalar. “Com isso, há possibilidade de o rio estar recebendo esgoto proveniente de hospitais”, declarou Marta Ângela Marcondes, que coordena a expedição

Este tipo é bem mais perigoso do que os encontrados nas águas dos trechos pertencentes a Mauá. A KPC é causadora de pneumonia, infecções sanguíneas, no trato urinário, em feridas cirúrgicas e enfermidades que podem evoluir para quadro de infecção generalizada e levar à morte. Uma mutação genética lhe conferiu resistência a múltiplos antibióticos e a capacidade de tornar resistentes outras bactérias.

O gênero da Klebsiella foi encontrado no trecho do rio localizado na Avenida dos Estados, altura do número 5.852; próximo ao número 3.255 e no Córrego Utinga, afluente que deságua no Tamanduateí. “Não sabemos qual a espécie, porém, de qualquer maneira, todas elas são causadoras de doenças. Vale salientar que se um organismo do gênero foi encontrado, fica claro que outros podem existir também”, ressaltou a bióloga.

As espécies de Klebsiella são causadoras de infecções em UTIs (Unidades de Terapia Intensiva), afetando pacientes imunocomprometidos, que estão sujeitos a inúmeros fatores de risco, como administração de grande quantidade de antibióticos, doenças crônicas, procedimentos invasivos e tratamentos imunossupressores.

“A KPC constitui uma importante causa de infecções comunitárias e hospitalares, frequentemente causando enterites em crianças e infecções do trato respiratório em adultos. Além disso, são frequentemente agentes etiológicos de infecções urinárias em adultos e crianças”, explicou Marta. “Os maiores problemas dessas bactérias estão no fato de que, em enchentes, essas águas podem atingir as casas e ruas e chegar até as pessoas que vivem nesses locais, ou mesmo aquelas que passam e ficam retidas nas enchentes.”

O mesmo gênero da KPC foi encontrado em quatro pontos da Billings, na Capital, durante expedição que analisou as águas do reservatório, concluída em maio. “Tenho de voltar nesses trechos para descobrir se é a mesma espécie. Também vou testar de novo nos pontos do Tamanduateí, para ver se foi ocasional ou é constante”, falou Marta.

Em 12 quilômetros percorridos na segunda etapa da Expedição Tamanduateí, água foi considerada boa em apenas um ponto: no Córrego Jundiaí, afluente do Tamanduateí, situado em frente à Craisa (Companhia Regional de Abastecimento Integrado de Santo André). Na ocasião da coleta, inclusive, três homens foram flagrados pescando. “Aquele pedacinho mostra que pequenas ações, como revegetar a margem do rio, já melhorariam significativamente a qualidade da água”, disse Marta, concluindo: “O Tamanduateí está pedindo socorro e socorrê-lo é socorrer a nós mesmos.”
A última fase da Expedição Tamanduateí percorrerá os trechos do rio na Capital, até o deságue, no Tietê.

Por Vanessa de Oliveira - Diário do Grande ABC
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