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DATA DA PUBLICAÇÃO 05/03/2015 | Setecidades
Repórter é ameaçada após publicar reportagem sobre machismo na web
Repórter é ameaçada após publicar reportagem sobre machismo na web Jornalista denunciou ‘Clube do Bolinha’ na internet e passou a receber ameaças tanto virtual quanto pessoalmente. Foto: Rodrigo Pinto
Jornalista denunciou ‘Clube do Bolinha’ na internet e passou a receber ameaças tanto virtual quanto pessoalmente. Foto: Rodrigo Pinto
Jornalista de Santo André vem sofrendo ataques depois de denunciar o preconceito em fóruns

A Delegacia da Mulher de Santo André abriu inquérito para apurar os constantes ataques e ameaças sofridos pela jornalista Ana Paula Freitas após a publicação de uma reportagem sobre machismo em fóruns da internet. Há um mês, Ana publicou uma matéria denunciando o ambiente hostil contra mulheres que tentavam participar de fóruns com a temática nerd na web. Desde então, a jornalista se tornou o principal alvo da misoginia (aversão a mulheres) por parte dos usuários destes grupos on-line.

Especializada em comportamento digital, a jornalista decidiu abordar o tema após anos observando a diferença alarmante com que meninos e meninas eram tratados ao tentarem participar desses grupos. A intenção de Ana era provocar o debate sobre um tema pouco discutido, mas que apenas refletia as marcas do machismo da nossa realidade no ambiente virtual.

Após a publicação do texto, que retratava a cultura de banir mulheres e hostilizá-las - colocando-as como usuárias inferiores, a questão levantada por Ana culminou em uma série de ataques pessoais à jornalista. Desde a publicação do texto intitulado “Nerds e machismo: por que mulheres não são bem-vindas nos fóruns”, no dia 2 de fevereiro, Ana viu sua vida pessoal ser invadida por estes usuários, que iniciaram uma série de ataques, com uma espécie de terrorismo psicológico visando puni-la pela publicação.

Diferente - “Desde pequena eu observava que era tratada de forma diferente quando tentava fazer parte desses grupos, mas foi quando comecei a ter contato com o feminismo que passei a questionar por que era dessa forma”, relatou Ana. A publicação trouxe à tona, da pior forma possível, como de fato esses espaços se tornaram redutos e propagadores da misoginia.

A jornalista teve todos os seus dados hackeados, virou alvo de ameaças, montagens e passou a receber uma série de encomendas em casa, que continham de esterco a vermes. Até mesmo a localização de Ana começou a ser divulgada em fóruns. “No Carnaval, compartilhavam em que bloco eu estaria, incentivando para que fossem até lá me agredir”. Sentindo-se coagida, Ana permaneceu em silêncio por cerca de um mês sofrendo todo tipo de pressão psicológica, até que decidiu tornar o caso público.

A repórter publicou um novo artigo denunciado a repressão que vinha sofrendo, procurou auxílio jurídico e registrou um boletim de ocorrência na Delegacia da Mulher de Santo André. Desde então, Ana tem recebido amplo apoio de coletivos feministas e ONGs defensoras da liberdade de expressão.

Inquérito - De acordo com a delegada responsável pelo caso, Adriane Mayer, a agressão virtual contra mulheres tem se tornado cada vez mais comum. Isso porque os agressores se sentem encorajados a fazer pelo computador o que muitas vezes não fariam em contato pessoal. “As queixas por ofensas e ameaças nas redes sociais têm se tornado comuns, geralmente protagonizadas por ex-namorados. No entanto, neste caso, o crime é ainda mais grave, por ter sido cometido de forma anônima e vir de várias fontes diferentes”, explicou.

Uma força-tarefa foi composta em conjunto com o Centro de Inteligência da Polícia Civil de Santo André para rastrear a origem dos ataques. De acordo com a delegada, a apuração corre em sigilo para não prejudicar o andamento das investigações.

Por Nicole Briones - ABCD Maior
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