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DATA DA PUBLICAÇÃO 03/03/2015 | Cidade
Voluntários de ONG de Mauá entregam remédios em casa
No Jardim Santa Lídia, em Mauá, voluntários da União da Saúde Sem Fronteiras se reúnem na sede para cuidar das receitas médicas de 1.600 famílias. Isso porque essas 30 pessoas são responsáveis pelo transporte dos medicamentos até a casa de cada uma delas.

A iniciativa começou há 15 anos, quando o enfermeiro e presidente Samuel Ferreira, 41 anos, trabalhava no Hospital Nardini. Segundo ele, a experiência permitiu que entrasse em contato com pacientes de baixa renda.

“Quando tirava o jaleco, via que essas famílias necessitavam de mais que atendimento. Os remédios são parte importante do tratamento e mesmo que o SUS (Sistema Único de Saúde) ceda, há dificuldades na retirada ou até mesmo para encontrar.”

Assim, Ferreira se juntou ao amigo e colega de profissão José Adjanildo de Lima, 32, na busca pelos medicamentos. Com carro próprio, eles faziam a procura e o transporte.

A primeira associada foi a pequena Fabiana, 11 anos, criada pela avó. Ela tinha paralisia cerebral e morreu há sete meses. “Toda vez que levávamos o remédio, ela nos agradecia como se fosse um prato de comida. Ela virou amiga de todos. Era gratificante e nos marcou muito.”

Hoje, o número de voluntários aumentou e o sistema é informatizado com o cadastro de 2.200 associados. Doações e parcerias facilitam o trabalho da ONG (Organização Não Governamental), porém, muita coisa continua saindo do bolso dos voluntários. “Todo mês a gente tira um pouco do nosso salário para colocar de combustível. A entrega é dividida entre nós, por exemplo, se você mora em um bairro, entrega o dessas pessoas e assim por diante”, disse Ferreira.

Dona Maria de Pilar Carlos, 80, é uma das que recebem medicamento que previne o aparecimento da doença dos ossos de vidro em casa há dois anos. Antes disso, ela tinha dificuldade de encontrá-lo nas UBSs (Unidades Básicas de Saúde) do município. “Me ajuda muito. Hoje não preciso ter o trabalho de procurar o remédio, recebo de mão beijada na minha casa.”

O trabalho da União da Saúde Sem Fronteiras também vai além do transporte de medicamentos. Com a equipe de voluntários formada também por médicos, psicólogos e assistentes sociais, os associados conseguem outros benefícios. “Se visitamos a casa da pessoa e notamos que tem necessidade de uma cesta básica ou fraldas geriátricas, por exemplo, conseguimos para ela. Muita gente nos agradece com alimento e repassamos isso para outras famílias mais necessitadas. Também temos médicos voluntários com os quais todos podem vir se consultar e tirar dúvidas”, explicou Lima.

Para este ano, a associação tem planos grandiosos. O desejo do presidente é passar a atuar também na prevenção e diagnóstico das doenças. “Queremos levar nossos profissionais a feiras livres para orientar a população e realizar testes como o de índice glicêmico. Já fizemos eventos assim para que a população mais carente tenha acesso à informação.”

Porém, o objetivo principal é ainda mais ambicioso. “Queremos que em toda cidade do Grande ABC e de São Paulo tenha uma (unidade da) União da Saúde Sem Fronteiras. Como o nome já diz, queremos que todos que precisam tenham acesso a esse serviço.”

Os interessados em fazer doações ou se voluntariar podem entrar em contato com a ONG por meio do telefone 4544-9267.

Lanchonete de casal é conhecida em toda região

Em frente ao Cemitério Jardim Santa Lídia, lanchonete faz sucesso na região. A CL Lanches é administrada pelo casal Cleide Cavalcanti, 30 anos, e Leonardo Santos Viana, 31, os donos das iniciais que dão nome ao lugar. A especialidade são os salgados assados, de hamburgão a esfihas,vendidos a partir de R$ 2,50.

Viana se aventura pela primeira vez, mas Cleide é comerciante nata. “Sempre atuei em padarias, mas lanchonete é a primeira vez. Gosto muito de trabalhar aqui, foi um amigo nosso que montou e assumimos há dois anos.”

A movimentação e o item mais vendido dependem unicamente do cemitério, segundo Cleide. “É que quando tem velório e enterro, as pessoas acabam vindo comer aqui e enche mais. Dependendo do horário, vendo mais bebida, salgado e, se for na hora do almoço, é o prato feito, que fica a partir de R$ 8.”

Segundo Viana, não há planos de sair do bairro, onde o casal também mora. “Apesar de o movimento ser inconstante, estamos satisfeitos com a clientela que temos hoje.”

O casal pretendia ampliar o local, que comporta média de dez pessoas. Mas, como isso não é possível devido à falta de espaço, optou por permanecer. “Não dá para ampliar mais que isso. Seria mais confortável para os clientes, mas infelizmente não temos como. Enche bastante e esperamos que continue assim”, afirmou Cleide.

Alfaiate representa ofício em extinção

Na Avenida Itapark, próximo à divisa com a Vila Augusta, um estabelecimento chama a atenção. A alfaiataria Carlo’s faz ternos sob medida, reparos, ajustes e aluga modelos exclusivos.

O responsável pelo ofício é Carlos Pereira de Souza, 67 anos, que desenvolve o trabalho há 38. Natural de Minas Gerais, chegou a atuar como operário da indústria na cidade de Diamantina, mas disse que conheceu sua verdadeira vocação em meio aos tecidos. “Aprendi olhando em alfaiatarias em Minas mesmo e, depois, na própria prática. Hoje costumo dizer que não sou mais mineiro, sou mauaense de coração.”

Ele está na cidade desde 1974 e garante que, na época, havia 36 alfaiates, sendo que hoje são apenas três profissionais. “Que eu saiba, além de mim só tem mais dois. A gente tem noção de que a profissão está em extinção e é cada vez mais difícil. Sei que daqui para a frente é continuar até parar”, afirmou.

Para driblar a crise, Souza começou a alugar os ternos exclusivos que fabrica. Para levar um para casa, o preço é de R$ 350, mas o aluguel sai a partir de R$ 80, dependendo do modelo.

Apesar disso, o profissional não culpa as grandes lojas que vendem peças com valor mais baixo pela crise. “Na verdade, muita gente acaba comprando em loja maior e traz para eu fazer os ajustes. A minha maior clientela é para reparos, e são todos comprados nessas redes. Acaba rasgando uma coisa ou outra e as pessoas me procuram, mesmo que eu não faça nenhuma propaganda.”

Com relação a deixar o ofício para o único filho homem, hoje com 33 anos, disse que o rapaz não tem vocação. “Ele até fez umas calças, mas dos reparos não gostava, e hoje esse é o principal trabalho.”

Mesmo com tantos anos de profissão e algumas desilusões, o alfaiate ainda encontra desafios no caminho e, quando fala neles, seus olhos brilham de orgulho. “Agora estou fazendo uma roupa para um menininho de 2 anos. A coisa mais difícil é fazer peças de criança, porque eles não param quietos na hora de tirar a medida. Mesmo assim, o esforço compensa no final.”

Por Yara Ferraz - Diário do Grande ABC
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