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DATA DA PUBLICAÇÃO 02/03/2015 | Setecidades
Santo André sofre onda de assaltos ao amanhecer
Santo André sofre onda de assaltos ao amanhecer Foto: Ricardo Trida/DGABC
Foto: Ricardo Trida/DGABC
A vida do trabalhador que tem de madrugar para ir ao serviço não está nada fácil em Santo André. Não bastasse ter de dormir pouco para se locomover até o local do emprego, agora munícipes vêm sofrendo constantes assaltos em pontos de ônibus movimentados ao amanhecer. Moradores e comerciantes afirmam que bandidos em motos agem livremente durante o período entre 4h e 7h. Os principais alvos são bolsas, carteiras e celulares.

Uma das vias mais importantes do município, a Avenida Queiroz Filho, que passa por bairros como Homero Thon, Vila Suíça, Vila América, Vila Progresso e Jardim Ipanema, é uma das preferidas dos criminosos, segundo as vítimas. Moradora das proximidades, a estagiária em secretariado executivo Tatiane Lima de Moraes, 31 anos, já foi vítima dessa onda de assaltos três vezes. “Já fiz dois BOs (boletins de ocorrência) por roubo e, em uma outra ocasião, só não fui atacada pois eles não quiseram meu celular. Todos os três episódios que citei aconteceram no mesmo ponto de ônibus e entre 6h15 e 6h30.”

Segundo Tatiane, uma das ações foi feita por quatro homens, que estavam a bordo de duas motos. O que a abordou parecia ser adolescente, diz a vítima, e todos vestiam jaquetas pretas de motoboy e capacetes. Na ocasião, dois ficaram no começo da rua para ver se vinha o ônibus e os outros dois levaram o celular da mulher.

Na segunda vez em que a moradora foi assaltada, um homem a pé e armado a abordou pelas costas e levou bolsa e celular. “E na terceira ocasião, tenho certeza que foram os mesmos rapazes da jaqueta preta”, relata a estagiária, que há poucos dias, quase foi alvo novamente. “No começo da semana (passada) levaram o celular de uma vizinha. Eu estava no ponto, ela na porta de casa. Um carro preto com dois homens veio na direção dela. Eles a viram com o celular, deram a ré e voltaram para roubar. Na sequência, pararam na parada de baixo e escapei.”

O analista de sistemas Paulo Vinícius Velosa Bertão, 21, também alvo. “Fui assaltado só uma vez pela manhã, indo para o trabalho. Eram mais ou menos 6h e levaram o celular. No meu caso eram duas pessoas em uma moto, uma delas armada. Felizmente não é um local que costumo ficar agora. Mesmo assim, acho difícil mudar a rotina, pois estamos completamente vulneráveis a essa hora da manhã.”

ROTINA

Na tentativa de evitar os crimes, muitos apelaram para o CittaMobi, aplicativo que mostra a localização dos ônibus em tempo real, e passaram a esperar o coletivo dentro das garagens. Por conta da frequência dos roubos, muitos alteraram a rotina. Depois de três assaltos, Tatiane decidiu tomar uma atitude. “Além do trauma, agora trabalho no Jaguaré e estudo no bairro da Liberdade, ambos em São Paulo. Durmo de três a quatro horas apenas para poder sair mais cedo de casa, pois, após às 5h30 está muito arriscado e tenho medo de ir para outros pontos distantes de onde moro. Uso o aplicativo para não esperar tanto pelo ônibus. E os meus pais também ficam me olhando com o portão aberto. Mesmo assim, agora embarco cinco minutos antes das 5h.”

Já Bertão decidiu mudar o local para aguardar a condução. “Agora não fico mais no ponto de antes. Espero em uma outra avenida próxima, mas, mesmo assim, tenho que descer de carro, pois a via é muito perigosa e, às vezes, está sem luz.”

De acordo com o chefe de investigação do 3º DP (Vila Pires), responsável pelas áreas citadas, Renzo Borges Angerami, as ocorrências estão ganhando atenção especial no trabalho de sua equipe. “De fato os moradores estão registrando número considerável de BOs referentes a essas ocorrências. Estamos nos empenhando para diminuir esses índices o mais brevemente possível. Vale ressaltar que os indivíduos que sofrerem assalto desse tipo não devem deixar de se dirigir à delegacia mais próxima para ajudar nas nossas diligências”.

Questionado sobre o número de registros, Angerami disse que esses dados não podem ser divulgados no momento por conta da estratégia da equipe de investigação.

Especialista indica cuidados simples que podem evitar roubos

De acordo com o especialista em Segurança Pública e Privada Jorge Lordello, os moradores da região podem ajudar a reduzir o índice de roubos e furtos com ações simples de prevenção. “Muitas vezes, o principal objeto de interesse desses indivíduos é o celular, item mais roubado em todo o território brasileiro. Por isso, as pessoas devem estar atentas para não expor o aparelho de maneira nenhuma. Isso pode ser feito evitando ficar com ele na mão, não usar em cinto de calça e também não ficar com ele no bolso e ao mesmo tempo ouvindo música. Tudo isso pode colaborar para não chamar a atenção dos bandidos. Vale ressaltar que as pessoas devem entender que nunca devemos priorizar os bens de valores, e sim a nossa vida.”

Segundo Lordello, a maioria dos indivíduos que realizam os assaltos ao amanhecer são usuários de drogas que ficaram a madrugada toda usando substâncias ilícitas. Por esse motivo, todo cuidado é necessário ao agir com eles. “Depois de usar drogas à noite, eles buscam pela manhã, horário em que somente poucos trabalhadores estão na rua, uma oportunidade para assaltar e conseguir dinheiro para comprar mais. Por isso, é importante que ações que visam enganar o ladrão sejam evitadas. Por exemplo, muitas pessoas usam carteiras e celulares velhos para enganar esses indivíduos. Essa atitude é perigosa, tendo em vista que eles podem conferir o objeto na hora e acabar reagindo com fúria.”

Pensando nisso, o especialista orienta. “A melhor alternativa é buscar pontos com iluminação boa e com mais pessoas para evitar o assalto. Além disso, sempre andar pensando num raio de segurança de 30 a 40 metros. Nesse caso, você consegue evitar algumas situações observando o trajeto tanto na sua visão dianteira como também olhando para trás de tempos em tempos.”

Quem utiliza o carro devem redobrar cuidados, conforme o especialista. “Essas pessoas devem observar a rua antes de sair da garagem. Ainda assim, não se deve esquecer de fazer esse processo rápido, pois muitos motoristas acabam demorando para sair da garagem e fechar o portão.”

Por Daniel Macário - Especial para o Diário
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