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DATA DA PUBLICAÇÃO 15/10/2014 | Política
Tensão no primeiro debate do 2º turno
Tensão no primeiro debate do 2º turno Foto: Marina Brandão/DGABC
Foto: Marina Brandão/DGABC
Primeiro debate do segundo turno, o embate de ontem da Rede Bandeirantes ficou marcado por tensão e acusações entre a presidente Dilma Rousseff (PT), candidata à reeleição, e o senador Aécio Neves (PSDB). Visivelmente nervosos, petista e tucano entraram na maioria das vezes no campo dos ataques, nos quais ela explorou a gestão de oito anos do ex-governador de Minas Gerais, enquanto ele armou a artilharia para a gestão Dilma, tentando isentar o governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), e mirando denúncias de corrupção na Petrobras.

Na chegada ao plenário, os dois cordialmente se cumprimentaram. Após o início da discussão, o clima esquentou. Dilma abordou que o tucano deixou o Estado mineiro com a segunda maior dívida do País e suposto desvio de recursos públicos na Saúde, no valor de R$ 7,6 bilhões. Aécio retrucou ao afirmar que teve as contas aprovadas em todos os anos pelo TCE-MG (Tribunal de Contas do Estado de Minas Gerais). “Os números não são verdadeiros. Esses dados foram os mesmos apresentados anteriormente e não batem com a realidade”, discorreu o tucano.

Aécio abordou que a petista faz a campanha do medo ao dizer que a oposição, caso vença a eleição, acabará com programas sociais, como o Bolsa Família. “A senhora sabe, candidata, que nós não vamos terminar com o Bolsa Família, que é avanço. Mas a senhora tem de admitir que o pai do programa é o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e a mãe é a dona Ruth Cardoso (mulher de FHC). O PT queria implantar Fome Zero”, recordou, completando que Lula deve ser parabenizado pelo mérito de unir o projeto anterior.

Na réplica, Dilma alegou que o adversário “não pode entrar no perigoso terreno da lenda” sobre a origem do programa. “O povo brasileiro jamais vai acreditar nesta história que o pai do Bolsa Família é o Fernando Henrique Cardoso, me desculpe. Aí passou de todos os limites, chegamos à fabulação”. Finalizando a fala, a petista elencou que na administração do PT há 50 milhões de beneficiários, enquanto tinha apenas 5 milhões durante a gestão tucana.

O senador criticou a petista por, teoricamente, não ter se indignado com as admissões de corrupção na Petrobras, referindo-se ao ex-diretor de abastecimento da estatal Paulo Roberto Costa. “Ele assumiu que roubou R$ 70 milhões e distribuía entre os partidos. Saiu (da empresa) sendo agraciado pelos bons serviços prestados”. Dilma afirmou que a indignação é a mesma de “todos os brasileiros”. “Determinamos que todos sejam investigados, corruptos e corruptores”, destacou ela. “Estamos empenhados para que haja punição neste País.”

No segundo bloco, quando a petista teve melhor desempenho, Dilma questionou a construção do aeroporto na cidade de Cláudio, em Minas, em terreno que era ao lado do tio-avó de Aécio, Múcio Guimarães Tolentino, ao custo de R$ 13,9 milhões. “Agora vale R$ 18 milhões e as chaves ficam nas mãos da sua família. Isso não é ético”. Na réplica, o tucano tentou se explicar, porém demonstrou nervosismo, dizendo que o caso havia sido arquivado pelo MPF (Ministério Público Federal). A presidente revidou falando que o episódio segue alvo de inquérito para apurar improbidade administrativa.

O tucano cutucou Dilma em diversos momentos ao citar a inflação no Brasil, cujo limite estabelecido pelo BC (Banco Central) foi ultrapassado. A petista utilizou Armínio Fraga, ministro da Fazenda já indicado por Aécio em eventual governo, de diminuir a força dos bancos públicos, aumentar índice de desemprego em sua passagem pela gestão FHC e manter inflação na casa dos 12%.

Clima quente também é visto na plateia, com vaias e alfinetadas

O clima tenso no embate direto entre os presidenciáveis Dilma Rousseff (PT) e Aécio Neves (PSDB) contagiou a plateia presente no debate, realizado ontem pela Rede Bandeirantes. Duzentas pessoas acompanharam a troca de ideias no estúdio.

Os apoiadores de Aécio foram os mais incisivos, chegando até a vaiar Dilma quando ela foi abordada sobre corrupção. Os tucanos se comportaram como torcedores de futebol, tratando também por desqualificar a petista. Nos momentos em que a chefe da Nação se mostrou mais tensa, os apoiadores riram da candidata. Foram advertidos pelos seguranças.

Nos intervalos, Dilma e Aécio acalmavam o tom ao lado de marqueteiros, que trabalhavam rápido para transmitir nova estratégia. No início do debate e no fim, petista e tucano se cumprimentaram cordialmente.

Antes do debate, lideranças tucanas reclamaram da postura adotada na campanha petista, enquanto aliados de Dilma exaltavam serenidade na condução do projeto eleitoral iniciado em 2002.

O presidente nacional do PT, Rui Falcão, abordou que a “tranquilidade” tem imperado pela legenda nos últimos dias. “Estamos trabalhando com serenidade, acreditando que as nossas propostas são as melhores para a população brasileira”. O petista frisou que o plano para o embate era comparar os governos do PT e do PSDB. “O (ex-) presidente Lula estará mais ativo na campanha, pois fará atividades nesta semana na região Norte. Vamos dividir as forças”, revelou Falcão.

O senador Aloysio Nunes (PSDB), candidato a vice na chapa presidencial, atacou a postura do adversário. “Vou usar a frase do ex-presidente Lula: ‘Nunca na história deste País se viu tanta mentira por parte do PT em criar calúnias e inverdades’. O que eles (petistas) têm feito na internet é um absurdo. Nós vamos colocar nosso plano e encarar essas mentiras com as verdades”, argumentou.

Aécio chegou à sede da Rede Bandeirantes antes de Dilma, afirmando que iria priorizar as propostas. “Nós, do PSDB, temos um plano para mudar e melhorar o Brasil. E é isso que quero colocar”.

Dilma estacionou menos de cinco minutos depois, dizendo que também focaria o embate em projetos. “Tenho a convicção que o povo brasileiro quer saber quais os rumos que o País deve tomar. Minha campanha está seguindo falando com cada um sobre os avanços que vamos continuar fazendo.”

Por Leandro Baldini e Fábio Martins - Diário Online
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