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DATA DA PUBLICAÇÃO 29/09/2014 | Setecidades
Descarte ilegal de entulho mais que dobra na região
 Descarte ilegal de entulho mais que dobra na região Foto: Andréa Iseki/DGABC
Foto: Andréa Iseki/DGABC
Ao andar pelas ruas da região, não é difícil se deparar, em calçadas ou descampados, com montanhas de entulho descartado irregularmente. Em cinco anos, os pontos clandestinos cresceram 106,9%, conforme levantamento do Diário. Em 2009 eram 261 locais onde havia descarte ilegal de detritos da construção civil, número que subiu para 540 neste ano. Os dados são referentes a quatro cidades: Santo André, São Bernardo, São Caetano e Diadema, sendo que São Caetano só informou o número atual. Ribeirão Pires, que tinha dez pontos em 2009, e Mauá não sabem quantos locais têm hoje e Rio Grande da Serra não respondeu.

Segundo o coordenador da Abrecon (Associação Brasileira para Reciclagem de Resíduos da Construção Civil e Demolição), Levi Torres, de todos os resíduos sólidos urbanos gerados, o entulho representa mais de 50% e o número de pontos detectados pode ser ainda maior. “Devem passar de 1.500, pois, certamente, as prefeituras mapearam os locais que são mais visíveis.”

A falta de informação é tida como o principal motivo do aumento. “As prefeituras não dispõem de ações educativas para os cidadãos, fazendo com que destinem seus resíduos de forma incorreta”, disse Torres.

“A população não é avisada dessas coisas. É fundamental que o assunto seja esclarecido e o poder público não faz isso”, disse o coordenador do Núcleo de Estudo e Pesquisa em Resíduos Sólidos da USP (Universidade de São Paulo) São Carlos e especialista em resíduos da construção civil, Valdir Schalch.

Em 2009, São Bernardo possuía 78 pontos de descarte irregular; atualmente são 175, aumento de 124,36%. Segundo a Prefeitura, nesses locais (geralmente beiras de córregos, vias públicas, terrenos e ruas não pavimentadas), 2.500 toneladas são coletadas por mês, contra 1.800 toneladas nos nove ecopontos da cidade, que recebem até 1 m³ de resíduos.

Diadema tinha 50 depósitos clandestinos de despejo há cinco anos e agora tem 140, sendo 47 considerados críticos. O crescimento foi de 180% no período. Quatro mil toneladas de entulho são retiradas por mês tanto dos seis ecopontos quanto do descarte irregular.

Santo André foi a única que conseguiu reduzir os pontos em 14,63%, passando de 123 para 105. A conquista, conforme o Semasa (Serviço Municipal de Saneamento Ambiental de Santo André), é resultado da Operação Obra Limpa, ação conjunta das sete cidades da região reunidas no Consórcio Intermunicipal do Grande ABC. Por meio da iniciativa, as prefeituras cadastram empresas especializadas em coleta de resíduos, objetivando diminuir o descarte clandestino. A cidade recolhe cerca de 5.000 toneladas de resíduos da construção civil por mês.

Em São Caetano há 120 pontos irregulares, onde são descartadas 429 toneladas de entulho mensalmente.

Mauá informou que não há número preciso de pontos de descarte irregular de entulho (2.500 toneladas são recolhidas por mês), mas que a incidência é maior em terrenos e margens de avenidas perto de divisas, como a Avenida dos Estados, no Capuava, e a Avenida Ayrton Senna da Silva, próxima ao Jardim Sonia Maria.

Ribeirão Pires afirmou que está em estudo a elaboração do mapeamento a curto prazo.

A disposição inadequada de resíduos é crime ambiental, passível de multa e detenção.

Reciclagem de entulho é solução barata, afirma especialista

Investir em usina de reciclagem de materiais da construção civil é uma medida viável, de acordo com o coordenador da Abrecon (Associação Brasileira para Reciclagem de Resíduos da Construção Civil e Demolição), Levi Torres. “Uma usina de reciclagem custa, aproximadamente, R$ 3 milhões. As prefeituras gastam mais de R$ 1 milhão por mês com remoção de entulho. É muito mais barato prevenir que remediar.”

Segundo ele, podem ser reciclados os resíduos oriundos de alvenaria. “Enviados para a usina, são britados e transformados em areia, pedra, rachão. Com esse processo, é possível desonerar as pedreiras e os portos de areia, uma vez que as duas atividades têm grande impacto ambiental.”

Em Santo André, a madeira é 100% reciclada pelo Semasa (Serviço Municipal de Saneamento Ambiental de Santo André). A iniciativa resultou em economia. “Do ano passado para cá, deixamos de gastar R$ 2 milhões anuais com a manutenção de ecopontos. Metade desse valor remunera os funcionários das estações de coleta e a outra metade vai para a limpeza do descarte irregular”, ressaltou o superintendente do Semasa, Sebastião Ney Vaz Júnior.

O restante do entulho reaproveitável é encaminhado para empresas especializadas. O que não pode ser reutilizado é destinado a aterro específico para resíduos da construção civil.

Por Vanessa de Oliveira - Diário do Grande ABC
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