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DATA DA PUBLICAÇÃO 23/07/2014 | Cidade
Jardim Canadá é campeão do amador de Mauá
Jardim Canadá é campeão do amador de Mauá Festa da equipe pela conquista. Foto de Amanda Perobelli
Festa da equipe pela conquista. Foto de Amanda Perobelli
Restava um minuto para o fim do jogo, que já estava nos acréscimos, e o tradicional Belenense, do Morro do Macuco, contava os segundos para comemorar o título da Divisão Especial de Mauá. No entanto, eis que o Jardim Canadá encontrou o empate em 2 a 2 e se consagrou nos pênaltis, tornando-se o novo campeão da cidade. Antes desse campeonato, nunca tinha jogado a divisão, nunca havia estado entre os melhores.

No estádio Pedro Benedetti, em meio a um sol para Akira Kurosawa filmar no último domingo (20/07), as duas equipes apareceram para rolar a pelota em uma final que não tinha como não ser épica por uma série de aspectos. Em princípio o campo...

A partida foi disputada pau a pau, gota por gota de suor em que se decidia por sonhos e aspirações de glórias ludopédicas. Dessa forma, o Belenense abriu o placar com um gol de cabeça do zagueiro Rafael, logo aos 11 minutos do primeiro tempo. Foi a primeira explosão de alegria no estádio lotado, com mais de três mil pessoas. As coisas seguiram dessa forma até o empate do Jardim Canadá depois de cobrança de pênalti de Nilsinho.

Na volta do intervalo, em um chute tão mirabolante quanto as Ancas de Carole Lombard, o Belenense faz 2 a 1 com Binho e a coisa assim correu até o empate do persistente Jardim Canadá, faltando um minuto para o término do jogo. Gol de Lixo... Sim caros, o lateral-esquerdo Lixo empata a peleja para assim começar as coisas épicas que regem o futebol...

A hora de Buchecha
Quando o Win Wenders pensou em filmar o romance do Peter Handke em 1978, sua atenção foi voltada para a coisa do desamparo do goleiro no meio do futebol, no quão impiedoso é a coisa do futebol, de seu medo ante o atacante impávido a estufar a sua rede. Tá...

Mas na várzea é bem diferente.

Nela não tem muito espaço para medos. Assim eu vi o goleiro Buchecha, do Jardim Canadá.

Durante o jogo, em voos pirotecnicamente lindos de fazer inveja a um Douglas Fairbanks, Buchecha parou o ataque do Belenense. Pegou com o pé, com a mão, com a orelha, com o calo, com rezas, com tudo. Chegou até a cobrança de pênaltis inteiro, tranquilo.

Um feliz.

Sorria para a cobrança como decerto sorri para a vida. Pegou duas cobranças e deu o título para sua equipe sem mudar um músculo facial de sua santa paz. Em meio à festa da conquista, correu para o alambrado. Por lá fez um sinal para a esposa e pegou o seu filinho Rian, quatro anos de idade, orgulhoso do pai. Com o menino abraçado a ele, Buchecha me deu a entrevista.

Falou que tem 28 anos, que joga bola na várzea desde os 18 e, quando perguntei o por que disso, não titubeou em responder com os olhos cheios de água:

“Ah cara... Olha aqui como meu filho tá feliz. Jogo bola pra isso...”

Diante da resposta não ousei mais atrapalhar a festa do moço. Peguei meu bloquinho de papel, minha caneta bic e caí fora...

Por Marcelo Mendez - ABCD Maior
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