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DATA DA PUBLICAÇÃO 24/04/2014 | Economia
Volks suspende contrato de 900 trabalhadores
Volks suspende contrato de 900 trabalhadores Imagem Ilustrativa. Foto: jornaldopovoparana.com
Imagem Ilustrativa. Foto: jornaldopovoparana.com
Medida visa a proteger os empregos diante da queda na produção; metalúrgico busca outras saídas

Cerca de 900 trabalhadores na Volks de São Bernardo estarão afastados por meio do lay off (sistema que suspende temporariamente o contrato de trabalho) a partir de 5 de maio. O Sindicato dos Metalúrgicos do ABC negociou a medida para evitar as demissões neste momento de queda de produção que o setor enfrenta. A entidade negocia também outras alternativas com o governo federal, como a criação de um Sistema Nacional de Proteção ao Emprego (veja abaixo).

Pelo acordo negociado entre sindicato e montadora, os 900 funcionários ficarão em casa durante prazo máximo de cinco meses (de 5 de maio a 6 de outubro). Durante o período, manterão sua renda mensal por uma combinação entre bolsa mensal do FAT (Fundo de Amparo ao Trabalhador) e uma complementação da empresa até compor o total equivalente ao salário. Nesse tempo frequentarão cursos de qualificação no Senai. São preservados direitos como férias, 13° salário e plano de saúde.

O secretário-geral do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, Wagner Santana, explicou que a medida foi adotada por acordo, firmado com a Volks em 2012, que prevê a adoção de diversas ações para a garantia dos empregos. “Esperávamos uma reestruturação na fábrica com o fim da produção de um modelo do Gol e da Kombi em dezembro de 2013. Por isso negociamos novos modelos para produzir a partir de 2015 e mecanismos de preservação do emprego”, explicou. Antes da medida, a empresa já havia anunciado um PDV (Plano de Demissão Voluntária) e férias coletivas.

A Volks de São José dos Pinhais, no Paraná, adotou o lay off para 150 trabalhadores em fevereiro. Outras fabricantes, como a autopeças Karmann Ghia, em São Bernardo, afastou 250 funcionários no mês passado pela mesma medida. O grupo PSA Peugeot Citroën colocou em lay off 650 funcionários em Porto Real, no Rio de Janeiro.

A unidade da Mercedes de São Bernardo mantém um PDV aberto, enquanto Ford e Scania cortarão dias de produção.

Retração
Dados da Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores) revelam que, após uma década de recordes, as vendas no primeiro trimestre deste ano foram 2,1% menores que no mesmo período do ano passado. A retração no mercado interno e os problemas de exportação para a Argentina são alguns dos fatores que diminuem vendas e produção de veículos.

“Essa fase que o setor atravessa é apenas um ajuste, diante das altas vendas dos últimos 10 anos. Como aqui o setor automotivo é responsável por 20% do PIB (Produto Interno Bruto) da indústria, qualquer medida adotada para preservar o emprego é excelente para as fábricas, trabalhadores e para a economia do País”, observou Ricardo Balistiero, economista do Instituto Mauá de Tecnologia e especialistas em setor automotivo.

Sistema mantém emprego em fase ruim
Um sistema de proteção ao emprego para épocas de sobressaltos na economia, proposto pelas centrais sindicais em 2012, voltou a ser discutido na última semana entre o chefe da Casa Civil, Aloizio Mercadante, e representantes do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC. A proposta é inspirada no sistema que os metalúrgicos da Alemanha utilizam para negociar jornada de trabalho reduzida com mecanismos de proteção do emprego. O Programa prevê a redução da jornada de trabalho e o auxílio do governo federal para complementar os salários.

“Com a criação deste programa é possível garantir o emprego e deixar a economia do País com um grau de consumo estável. Ele é válido por até dois anos, tempo suficiente para os setores em crise se recuperarem. O Mercadante se comprometeu a avaliar a proposta”, afirmou Rafael Marques, presidente do Sindicato.

O valor pago pelo governo viria de recursos do Fundo de Amparo ao Trabalhador destinados ao seguro desemprego. De acordo Balistiero, do Instituto Mauá, é possível adotar o sistema. “Se não houver alternativas para superar a crise, o setor irá demitir e o recurso destinado ao seguro desemprego será utilizado. A diferença é que ele sendo utilizado com o programa, o trabalhador continua empregado, consome e a roda da economia gira melhor, do que com ele desempregado”.

Por Michelly Cyrillo - ABCD Maior
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