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DATA DA PUBLICAÇÃO 16/04/2014 | Educação
Estudantes tiram TCCs do papel e transformam em negócios
Uma obrigação de fim de curso vira oportunidade de empreendimento.

Um dos grupos criou um travesseiro despertador e espera por investidores.


Um grupo de alunos do curso de Design Gráfico, de uma faculdade de Sorocaba (SP), se viu realizado no início deste ano: o Trabalho de Conclusão de Curso (TCC), que foi aprovado pela banca examinadora, saiu do papel e deu lugar a um negócio de verdade.

O desafio dos estudantes Alan da Silva Leite, Natália Andries Cassettari, Maria Fernanda Baptista e Fernanda Mazzarino era criar uma identidade própria para uma padaria industrial da cidade. "Como eles não tinham nada de visual, precisamos criar logotipo, embalagem e cartão de visitas, que já está sendo distribuído pela empresa", explica Fernanda.

A ideia era trabalhar em algo que realmente funcionasse e, assim, atingir o público-alvo e o mercado da padaria. O chamado "projeto de branding" foi apresentado no fim de 2013 e começou a ser implantado um mês depois.

Instituído de forma profissional, o trabalho foi entregue dentro de um forno de pães e, segundo os alunos, deixou a banca avaliadora de "queixo caído". "Foi uma alegria imensa para nós. O projeto começou como uma obrigação, mas virou algo real", comemora Fernanda.

O dono da padaria, Fábio de Paula Carvalho, chegou a cursar uma matéria na mesma faculdade que os alunos e despertou neles a vontade de conhecer a empresa e a oportunidade de trabalhar por ela. "Eu me formei lá em Administração e o meu próprio TCC foi voltado para os negócios que tenho. Quando surgiu a possibilidade de dar uma cara nova à padaria achei bacana", conta.

O único custo da equipe foi com o material de trabalho, mas os alunos foram reembolsados mais tarde, quando venderam o projeto para Fábio. "Durante o andamento, eles foram se ajustando às necessidades da padaria para que o projeto se tornasse viável e deixasse de ser apenas um trabalho acadêmico arquivado na universidade", ressalta o dono.

Dois meses após a implantação do trabalho, a percepção e a aprovação dos clientes com relação à nova marca animam Fábio. A padaria deixou de ter um balcão para produzir apenas para restaurantes. "Eu queria tirar essa ideia de que tinha uma padaria de bairro, hoje o que eu tenho é uma indústria."

Outro bom exemplo
Um projeto de comunicação corporativa criado pelas estudantes Vânia Silva, Cláudia Albuquerque, Andrea Taddei e Camila Medeiros, de um curso de MBA com foco em comunicação, também começou a ser implantado em uma empresa multinacional da cidade, especializada em componentes eletrônicos para celulares e impressoras, no fim de 2012.

Durante as aulas, enquanto o grupo conversava sobre o tema do projeto, Vânia dividiu com as colegas a oportunidade de implementar um projeto com este foco na empresa em que trabalha como diretora de recursos humanos. A pesquisa foi dividida em duas partes: uma com foco interno e outra com foco externo. Na parte interna, Vânia trabalhou algumas ideias com os profissionais que já prestavam serviços de comunicação para a empresa.

O objetivo era aperfeiçoar as ferramentas de comunicação e criar outras novas, como a TV interna, que funciona 24 horas por dia e traz notícias sobre negócios, ações de responsabilidade social e comunicados importantes. Os aparelhos de TV ficam em locais de grande circulação, como o refeitório e quiosques.

A equipe ainda participou da revisão dos materiais de comunicação, criando uma identidade visual para murais, informativos e para a revista corporativa. "A empresa é muito grande e as novas ferramentas agilizam o desdobramento de informações para todos ao mesmo tempo", destaca a diretora de RH, de 38 anos.

Já que trabalham em órgãos públicos, Cláudia e Andrea ficaram responsáveis por identificar oportunidades para reforçar a presença da empresa na comunidade local. Portas foram abertas para a multinacional participar de sessões na Câmara Legislativa e apresentar seus trabalhos de responsabilidade e inclusão social.

A visibilidade acabou resultando em uma homenagem à empresa em sessão solene. Além de completar 12 anos na cidade, a multinacional foi parabenizada pelo programa de inclusão de pessoas com deficiência.

O presidente da empresa já estava interessado em promover ações de melhoria na comunicação interna e, quando ficou sabendo da iniciativa, deu apoio e verba para as alunas prosseguirem. "Através da interação com pessoas que não fazem parte do dia a dia da empresa pudemos criar e desenvolver muitas coisas diferentes", explica Vânia. O grupo continua em contato, ministrando palestras para alunos de graduação sobre o conteúdo do projeto.

Travesseiro despertador, em busca de investidores
É praticamente impossível um portador de deficiência auditiva acordar sozinho e sem a ajuda de outras pessoas ao tocar o despertador. Em busca de soluções para este problema, um grupo de alunos de ciência da computação, de uma universidade de Sorocaba, decidiu usar o Trabalho de Conclusão de Curso para criar um travesseiro despertador sem fio, há dois anos.

O projeto, desenvolvido por Jéssica Sayuri Atadaini, Jessé Henrique de Oliveira, Kelvin Massanori Pereira Imai, Rafael Segato Ferreira e Victoria Lydia Van Nynatten, coube perfeitamente às disciplinas do curso. "Além disso, pesquisando, descobrimos que, cada vez mais, os deficientes auditivos estão se tornando independentes, tanto na carreira escolar quanto profissional", explica Jessé.

Um dispositivo foi instalado dentro de um travesseiro normal, com um receptor bluetooth e um motor vibratório, semelhante ao utilizado em celulares. Em seguida, os estudantes criaram um programa que funciona como um despertador comum, disponível para o sistema operacional Android de smartphones.

Basta que o deficiente programe o horário em que deseja acordar para que o celular envie um sinal para o dispositivo, fazendo com que o travesseiro vibre. "A pessoa acorda instantaneamente, já que os deficientes auditivos desenvolvem um tato mais aguçado do que as outras pessoas", lembra o estudante, de 23 anos. O travesseiro não deixa de vibrar até que o deficiente esteja completamente acordado e conta com a função "soneca", assim como os demais despertadores.

Com a ajuda de empresas patrocinadoras, o grupo pretendia realmente comercializar o produto, mas ainda não foi possível. "É um projeto pioneiro no mundo todo, uma ideia totalmente inovadora", ressalta Jessé. O problema é que, como cada membro da equipe mora em uma cidade da região, os cinco alunos foram se distanciando aos poucos.

De qualquer forma, tirar a ideia do papel e transformá-la em um produto de verdade chega a ser emocionante, conta Jessé. "Não foi fácil, tivemos que começar do zero absoluto. Não é como fazer alguma coisa que já existe e simplesmente pegar a base na internet para aprimorar", explica.

Em alguns momentos, o grupo achou que não ia conseguir seguir em frente e precisou "misturar água e óleo" para fazer com que o projeto funcionasse. "Foram muitas noites passadas em claro e nenhum fim de semana para descansar, mas o esforço realmente valeu a pena", completa o estudante.

Por G1 - Sorocaba e Jundiaí
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