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DATA DA PUBLICAÇÃO 26/04/2008 | Cultura
24 horas de atrações culturais
Pés preparados, ouvidos atentos, muito fôlego e agilidade na tomada de decisão, entre uma infinidade de opções, são requisitos indispensáveis para acompanhar a Virada Cultural. A partir das 18h de sábado e até o fim da tarde de domingo, o eixo central de São Paulo será dominado por uma maratona musical de mais de 24 horas, que se insinua recordista em número de atrações. Só no Centro são 26 palcos com shows variados. É de dar nó no relógio. Há também atividades teatrais, de dança e performances circenses, intervenções literárias, programação de filmes e até roda de capoeira, mas o forte é a música. Tudo grátis.

No ano passado foram 350 atrações no geral, esta quarta edição gira em torno de 800. Isso na contabilidade oficial, fora os que pegam carona na Virada. Além dos palcos e pistas de dança em que se transformarão ruas e calçadões na região central, há os agregados de 12 unidades do Sesc, a Casa das Rosas na Avenida Paulista, o Auditório Ibirapuera, o Memorial da América Latina, o Centro Cultural São Paulo e casas noturnas. As atividades na periferia vão se limitar a unidades do CEU (Centro de Educação Unificado).

Tem muita música da boa, a partir da entrada da cantora cabo-verdiana Cesaria Évora, no Palco São João, e do carioca Luiz Melodia, no Theatro Municipal, que abrem a programação às 18h de sábado. Cesária se destaca entre as atrações do palco São João, que reúne algumas das atrações mais populares: Gal Costa, Jorge Ben Jor, Zé Ramalho, Mutantes. O Teatro Mágico, Marcelo D2 e a Orquestra Imperial trazem frescor ao programa desse palco.

O Theatro Municipal concentrará o maior número de shows baseados em ‘discos antológicos’, que consiste na recriação integral desses álbuns. Fora do Municipal tem Maria Alcina, reinterpretando seu segundo álbum homônimo, de 1974, no Baile do Largo do Arouche, e o Ultraje a Rigor com Nós Vamos Invadir Sua Praia, no palco de rock da Praça da República, que também terá outros expoentes dos anos 1980 (Arnaldo Antunes, Lobão) e rock pesado com Cachorro Grande, Andreas Kisser e Paul Di’Anno, ex-vocalista do Iron Maiden.

Mais rock indie e misturas contemporâneas vão rolar no Pátio do Colégio, um dos pontos mais convidativos para o contato com as novidades da Virada. Além dos já consagrados pernambucanos Siba e a Fuloresta e Mundo Livre S.A., Por ali vão passar Do Amor, Retrofoguetes, Vanguart, Los Poronga, Superguidis e outras boas bandas do País.

Com ar novidadeiro, há o Palco das Meninas, que tem como atração principal a mineira Fernanda Takai, com show em homenagem a Nara Leão. Tatiana Parra e Verônica Ferriani mandam muito bem ao vivo. Andréia Dias, Clara Moreno e Giana Viscardi estão entre as melhores.

A música eletrônica estará nas boas mãos de Mau Mau, Patife, Ramilson Maia e Felipe Venâncio, na Rua XV de Novembro, mas a maior curiosidade parte dos holandeses do Silent Disco. Eles vão distribuir 500 fones de ouvido e só quem estiver equipado poderá ouvir e dançar o que eles tocarem no Largo São Bento.

O hip-hop, grande ‘vilão’ do ano passado, por conta da confusão no show dos Racionais MC’s, se concentrará no Parque Dom Pedro, tendo como principal atração o lendário DJ americano Afrika Bambaataa. Ali perto, no Mercado Municipal, a madrugada começa com muita música caipira. A Cia. de Danças de Diadema se apresenta no Anhangabaú neste domingo, às 9h.

O Largo Santa Ifigênia vira reduto do samba, com Dona Ivone Lara entre as atrações. Tem também música instrumental, de baile, pista de dub e tudo o mais. Na corrida de um palco para outro você pode cruzar com o ator Paulo César Pereio dizendo trechos de textos de Machado de Assis ou um bloco carnavalesco, ou uns franceses mascarados (do grupo teatral Genèrik Vapeur) fazendo peripécias com tambores.
Site: www.viradacultural.org

Por Diário Online - AE
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