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sexta-feira, 21 de março de 2014 - 14:42h |
TIRE SUAS DÚVIDAS SOBRE A VACINA DA HPV |
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Teve início esse ano lançamento da vacina contra o HPV para meninas de 11 a 13 anos no sistema público de saúde. Para enfatizar a importância da imunização, o evento organizado pelo Ministério da Saúde em São Paulo reuniu a presidente Dilma Rousseff, o governador de São Paulo Geraldo Alckmin e o prefeito da capital Fernando Haddad, além de várias outras autoridades.
O esforço na divulgação não é à toa: por se tratar de uma vacina nova e um vírus sexualmente transmissível, o tema desperta receio nos pais.
A Organização Mundial de Saúde (OMS), autoridades sanitárias em todo o mundo e sociedades médicas brasileiras como a de pediatria e ginecologia e obstetrícia reiteram a importância da vacinação. Mas há médicos que não estão convencidos. E centenas de pais e mães, após encontrarem relatos de efeitos graves supostamente ligados à imunização, passaram a questionar se vale a pena autorizar que as filhas recebam a primeira dose na escola.
O HPV (papilomavírus humano) infecta a pele e as mucosas. Existem mais de 100 tipos diferentes de HPV, sendo que cerca de 40 tipos podem infectar o trato ano-genital (é considerada a doença sexualmente transmissível mais comum que existe). Pelo menos 13 tipos de HPV podem causar lesões capazes de evoluir para câncer.
- Estudos no mundo comprovam que 80% das mulheres sexualmente ativas serão infectadas por um ou mais tipos de HPV em algum momento de suas vidas. Essa percentagem pode ser ainda maior em homens.
- Os tipos 16 e 18 estão presentes em 70% dos casos de câncer do colo do útero e também na maioria dos casos de câncer de ânus, vulva e vagina. Já os tipos 6 e 11 não causam câncer, mas são encontrados em 90% das verrugas genitais.
- O HPV é a principal causa do câncer do colo de útero, terceiro tipo mais frequente entre as mulheres, atrás apenas do de mama e de cólon e reto. No ano passado, segundo o Inca (Instituto Nacional de Câncer), 4.800 brasileiras morreram desse tipo de câncer no país, a maioria de classes menos favorecidas.
- Na maior parte das vezes, o organismo combate sozinho o HPV. Estima-se que somente cerca de 5% das pessoas infectadas pelo HPV desenvolverão alguma forma de manifestação. Dessas, uma pequena parte evoluirá para câncer caso não haja diagnóstico e tratamento adequado. O HPV tem sido associado, cada vez mais, a casos de câncer de boca e garganta, e em idades cada vez mais baixas.
- O uso de preservativo ajuda, mas não protege 100% contra o HPV, já que o vírus pode estar áreas que não estão cobertas pela camisinha. Qualquer tipo de atividade sexual pode transmitir o HPV, não apenas a penetração. E tanto homens quanto mulheres podem estar infectados sem apresentar sintomas.
- Não há tratamento específico para eliminar o vírus. O tratamento das lesões clínicas deve ser individualizado, dependendo da extensão, número e localização. Podem ser usados laser, eletrocauterização, ácido tricloroacético (ATA) e medicamentos que melhoram o sistema de defesa do organismo. Após ser tratada, a pessoa ainda pode voltar a se reinfectar.
- A vacina quadrivalente contra o HPV (Gardasil) utilizada na campanha brasileira, protege contra 4 tipos de HPV (6, 11 ,16 e 18). Apesar de gratuita apenas para meninas de 11 a 13 anos (e, futuramente, para todas as meninas de 9 a 13 anos), ela é aprovada para homens e mulheres de 9 a 26 anos. A vacina bivalente (contra os tipos 16 e 18) é aprovada sem limite de idade. Clínicas particulares também oferecem a vacina para pessoas acima dessa faixa etária, por considerar que há benefício.
- O Ministério da Saúde adotou um esquema vacinal diferente do previsto na bula da vacina quadrivalente, que estabelece a segunda dose deve ser administrada dois meses após a primeira, e a terceira dose, seis meses após a primeira. Na rede pública, a segunda dose acontece seis meses após a primeira e a terceira, apenas cinco anos depois. Segundo o governo, o esquema alternativo garante maior adesão.
- Nenhum estudo comprova que a vacina quadrivalente reduz a incidência de câncer de colo de útero. Como ela foi aprovada em 2006 e o HPV pode levar mais de 30 anos para se desenvolver, isso só será documentado dentro de algumas décadas.
- Alguns estudos mostram que a vacina reduz as infecções por HPV. Nos EUA, por exemplo, elas caíram pela metade após um terço das jovens entre 13 e 17 anos tomarem todas as doses da vacina.
Fontes: Inca (Instituto Nacional de Câncer)
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Perfil do colunista |
Ednei da Silva Cícero
Formado em técnico de imobilização ortopédica, graduado em tecnólogo em radiologia médica e pós graduado em anatomia clínica e morfólogica. Professor de anatomia e radiologia em escola técnica e palestrante na área saúde. Atuante na área da radiologia e na ortopedia em hospital.
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